X
X

Buscar

Prefeito interino de Brusque, André Vechi projeta mandato de continuidade após cassação de Ari e Gilmar

André deve manter maioria do secretariado do governo anterior

O governo do prefeito interino André Vechi (DC) não deve fazer grandes mudanças no período em que estiver no comando da prefeitura. André assumiu o Executivo na segunda-feira, 8, quando o ex-prefeito Ari Vequi (MDB) e o ex-vice-prefeito Gilmar Doerner (Republicanos) deixaram seus cargos após serem cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Pela ordem, o presidente da Câmara assume a prefeitura em caso de cassação do prefeito e do vice. Sendo assim, André, que exercia o cargo, tomou posse no Executivo. A expectativa é que ele realize somente alterações pontuais no quadro de servidores comissionados.

“Assumo este desafio com a responsabilidade que o cargo exige, com a tranquilidade e com condições de fazer um bom trabalho, respeitando aquilo que vem sendo feito. Infelizmente, houve este fato. De decisão judicial, pode-se até discordar, mas ela se cumpre. Então, vamos cumprir da forma mais responsável possível”, afirma.

André lamenta a decisão que tirou os mandatos de Ari e Gilmar e diz que só deve fazer alterações no quadro de servidores que exercem cargos de confiança após o julgamento de um recurso da defesa de Ari e Gilmar no Supremo Tribunal Federal (STF). Até que isso ocorra, acontecem apenas mudanças pontuais.

“A ideia é dar continuidade ao trabalho que estava sendo feito, até que se tenha uma decisão nesta semana ou na semana que vem quanto ao pedido liminar. Minha ideia é mexer o mínimo no governo e fazer duas ou três alterações, só para trazer o pessoal da minha confiança”, diz.

Como fica o secretariado

Entre as mudanças iniciais, André mexe em dois cargos do primeiro escalão e em um do segundo. Ele nomeou dois nomes de confiança. Assessor pessoal do prefeito interino quando vereador, Wilson Schmidt Junior passa a exercer o cargo de secretário de Comunicação.

Então chefe de gabinete da presidência na Câmara, Leonardo Zanella assume como diretor-geral na mesma pasta. Quem deixa o governo interino é o procurador-geral, Edson Ristow. O advogado Rafael Maia o substitui na Procuradoria.

“A cidade já sofreu muito com o último governo interrompido”, diz, em referência ao governo Paulo e Farinha. “Mandaram todo mundo embora e começaram com um grupo todo novo [na prefeitura], do zero. Não posso ser irresponsável e deixar isso acontecer, pois já passamos por isso uma vez”, comenta.

Primeiras ações

Brusque enfrenta problemas na arrecadação e, recentemente, teve o repasse dos recursos do Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata) autorizado pelo Senado. O governo interino terá que lidar com estas e outras questões.

“Estou iniciando o trabalho chamando os servidores para conversar e para entender os desafios que eles têm nas pastas. Minha primeira conversa será com os servidores do orçamento e da Secretaria de Fazenda. Minha preocupação maior é não permitir que a cidade pare”.

Sobre o Fonplata, 30 milhões de dólares serão repassados por empréstimo para obras de grande porte em Brusque. André afirma que os técnicos terão “carta-branca” para que seja realizado o processo de repasse dos valores.

Na manhã de segunda, quando assumiu a prefeitura, André recebeu uma ligação do Conselho das Entidades. Na conversa, foi solicitado que o prefeito interino faça o mínimo de mudanças possíveis. Ele diz que pretende manter uma boa relação com as entidades.

Algumas das obras do governo do estado também devem ser tratadas pelo governo interino durante o período. Entre elas, estão as obras do trevo da rodovia Antônio Heil (SC-486) e do centro de inovação.

“Pretendo ir até Florianópolis e me apresentar para o governador. Quero pedir ao governador também que possamos começar as tratativas de uma escola de Ensino Médio do governo do estado no bairro Limeira. Atualmente, nossos jovens precisam ir até a escola Santa Terezinha ou até a escola Osvaldo Reis”.

Eleições para prefeito e vice

André apoiou o governo Ari e Gilmar por um período enquanto vereador, mas rompeu com o grupo que estava na prefeitura quando foi candidato a presidente da Câmara. No entanto, ele diz que nunca atacou a gestão.

Questionado se há possibilidade de concorrer nas eleições diretas para prefeito e vice de Brusque em 2023, André mantém cautela e afirma que não pensa no assunto no momento.

“Naturalmente, vou participar das conversas, até porque estarei no cargo de prefeito, mas não quero antecipar nenhuma discussão neste momento”, diz. “Existe uma possibilidade de eu concorrer, mas sou uma pessoa de grupo”, pontua.

Relação com a Câmara

Após a decisão que cassou Ari e Gilmar, André se reuniu com os vereadores do grupo que o elegeu para presidência da Câmara. Ele avalia que não terá grandes dificuldades para garantir maioria no Legislativo durante o governo interino.

“Quero conversar com todos os vereadores e pedir apoio, até porque é um mandato interino. Sei que o Legislativo está em boas mãos com o vereador Deivis da Silva (atual presidente). Já recebi mensagem de vários vereadores se colocando à disposição. Vamos conversar e ouvir as demandas”.

Currículo do prefeito interino

André é formado em Administração Pública pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O prefeito interino é, também, pós-graduado em Marketing Político e mestrando em Administração Pública pela Udesc.

Como acadêmico, André foi presidente da Federação Nacional dos Estudantes do Campo de Públicas (Fenecap). Antes de trabalhar no setor público em Brusque, o prefeito interino foi gerente de Programas e Projetos de Governo na Prefeitura de Blumenau.

Além disso, ele exerceu o cargo de diretor de Governo e Gestão Estratégica durante o governo Jonas Paegle. André foi eleito vereador em 2020 com 1.188 votos, o 7º na contagem de votos. Em 2022, foi eleito presidente da Câmara de Brusque.


Matriz São Luís Gonzaga é uma das obras mais importantes do modernismo em Santa Catarina: