Prefeitura aguarda audiência para selar acordo para ocupação do parque Leopoldo Moritz

Uso do local por José Valmor Vogel foi alvo de disputa judicial por longos anos

Prefeitura aguarda audiência para selar acordo para ocupação do parque Leopoldo Moritz

Uso do local por José Valmor Vogel foi alvo de disputa judicial por longos anos

José Valmor Vogel e a Prefeitura de Brusque estão próximos de uma conciliação total no imbróglio envolvendo a ocupação do comerciante no Parque Leopoldo Moritz, também conhecido como Caixa d’Água. Uma audiência de conciliação foi requerida em 16 de abril pelo Executivo municipal à juíza Iolanda Volkmann, da Vara da Fazenda Pública, mas ainda não há uma data marcada.

O diretor-presidente do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), Luciano Camargo, tem se encarregado da administração do parque. Ele relata que a autarquia tem atuado na revitalização do local e na reconciliação com Vogel.

Por anos, houve uma disputa judicial na qual a Prefeitura contestava o fato de o comerciante morar no parque e explorá-lo comercialmente com uma lanchonete desde os anos 90.

“Como servidor do Samae, digo que se não fosse o seu Valmor, o parque não existiria mais. A vida dele sempre foi construída aqui dentro do parque, ele se dedica a manter, a cuidar do local. Ontem [quinta-feira, 7] um casal fez um ensaio de casamento no parque. Neste dia 12 vamos fazer um evento para crianças e famílias. O que pudermos revitalizar, estamos revitalizando”, afirma Camargo.

“Hoje estou muito contente. Só quero o melhor para o município, para o parque. Um lugar que está organizado”, comemora José Valmor Vogel, que atualmente é consultado extraoficialmente sobre detalhes dos trabalhos de manutenção, como pinturas, por exemplo. Ele mantém algumas aves no parque, como galinhas, patos e perus.

“É mais para as crianças conhecerem, interagirem, verem como é a criação. Hoje é difícil encontrar isto.”

Há alguns anos, teve outros animais, como ovelhas, pônei, e um casal de cisnes negros, que foram levados ao Parque Zoobotânico em meio ao litígio Vogel estima que teve um prejuízo de cerca de R$ 250 mil, mas afirma que não faz questão de recuperá-los.

“Recentemente fui na prefeitura verificar algumas questões de IPTU, e perguntei também sobre esta situação. Me disseram que estava caducando”, relata. De acordo com Vogel, a situação começou a acalmar a partir de 2017.

“Estou aqui desde a inauguração da Mini Fazenda da Colcci. Eu cuidava do restaurante e da lanchonete, e quando tiraram o guarda daqui, eu fiquei morando para cuidar”, relatou Vogel a O Município em 2010.

O fato de José Valmor Vogel morar no parque e manter sua lanchonete no local foi o motivo pelo qual, em 2012, a Prefeitura de Brusque havia conseguido uma ordem judicial para que a família Vogel saísse do local. Em 26 de dezembro de 2013, foi publicada a decisão do desembargador Rodolfo Tridapalli, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), favorável à manutenção dos Vogel no Parque Leopoldo Moritz. O processo esteve em andamento desde 2013.

Em 22 de abril de 2015, uma sentença foi favorável ao município, com Vogel tendo que desocupar o parque em 30 dias. O processo foi arquivado em 2019, mas desarquivado em 2020.


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