Prefeitura de Brusque acusa Paulo Sestrem de improbidade administrativa; vereador rebate
Caso foi arquivado pelo Ministério Público no ano passado e agora prefeitura move ação civil pública
Caso foi arquivado pelo Ministério Público no ano passado e agora prefeitura move ação civil pública
A Prefeitura de Brusque ajuizou uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra o vereador Paulo Sestrem, que segundo a denúncia ocuparia cargo público efetivo de forma ilegal.
A ação, datada de 11 de agosto e assinada pelo procurador-geral do município, Edson Ristow, ainda é movida contra o ex-prefeito Paulo Eccel, o então procurador-geral do município Elton Rodrigo Riffel, e Cedenir Simon, chefe de gabinete à época.
Segundo o documento, Sestrem teria sido nomeado técnico em circulação de tráfego irregularmente.
Em 2009 ele prestou concurso para o cargo de Técnico em Circulação de Tráfego, ficando em segundo lugar. O edital de convocação só foi publicado em novembro de 2013, quando ele já era secretário de Trânsito e Mobilidade.
A denúncia diz que a primeira candidata deveria comparecer à prefeitura para assinar o interesse ou a desistência pelo cargo a partir do dia 18 de novembro. Uma carta foi enviada para a candidata no dia 11 daquele mês, e devolvida no dia 13 com “mudou-se” assinalado.
Segundo a ação, o endereço da carta não é o mesmo que consta na inscrição, a rua e o número do apartamento são os mesmos, mas o número do prédio é diferente, sendo o do destinatário 463 e da inscrição 67.
O documento ainda afirma que, no mesmo dia em que a carta voltou, foi publicado um edital convocando Sestrem, e a portaria que o nomeava para o cargo. De acordo com a ação, o ato seria ilegal pois ocorreu antes mesmo de iniciar o período em que a primeira colocada deveria se apresentar.
A denúncia também acusa Sestrem de não apresentar os documentos exigidos no edital. Conforme a prefeitura, ele teria entregue um diploma em Administração e Segurança de Trânsito e outro em Gestão de Trânsito.
O edital exigia apresentação de certificado de conclusão de Ensino Médio ou curso técnico de Circulação de Tráfego, curso este que segundo a ação ainda nem existia no Brasil à época.
A denúncia diz que o cargo foi criado sem justificativa porque logo após a exoneração de Sestrem do cargo de secretário de Trânsito e Mobilidade, em 2 de dezembro de 2013,para assumir a função de técnico, ele se licenciou e foi nomeado secretário no dia 4, ficando no cargo até março de 2015.
O cargo teria sido ocupado por ele apenas do dia 31 de março de 2015 até o dia 19 de maio do mesmo ano. Após isso, o servidor foi cedido para Guabiruba. Em 2016, segundo a denúncia, foi revogada a cessão dele ao município vizinho e publicada uma portaria que concedeu licença política para atividade política, com remuneração.
Outro fator que segundo a prefeitura seria prova da inutilidade do cargo é um documento assinado pelo secretário de Orçamento e Gestão em 2013, à época Gustavo Halfpap, que dizia que as funções do técnico seriam similares com a do cargo em comissão de secretário.
Considerando todos estes fatores, Sestrem é acusado de se aproveitar da remuneração mensal no cargo desde novembro de 2013 e ainda do “benefício da estabilidade após o terceiro ano do exercício das suas atividades, bem como todos os demais benefícios previstos no Estatuto do Servidor Público”.
A ação quer que Sestrem devolva ao município os prejuízos que teria dado aos cofres públicos ao permanecer em um cargo o qual não teria exercido as funções e que a nomeação dele para o cargo seja anulada.
Uma denúncia anônima apresentada ao Ministério Público no ano passado foi indeferida pelo promotor de Justiça Daniel Westphal Taylor.
Na decisão, o promotor disse que não enxergou indícios de ato de improbidade. Além do mais, já se passou o prazo de cinco anos para se questionar em juízo a nomeação, ocorrida em 2013, conforme o Estatuto dos Servidores do município.
O promotor não considera possível que Sestrem e os demais denunciados tivessem agido em conjunto para beneficiá-lo, o que demonstra a “fragilidade da narrativa feita pelo denunciante”.
Em nota encaminhada ao jornal O Município, Sestrem disse que a denúncia é “falaciosa” e que a prefeitura “visa, de maneira explícita, criar um escândalo fundado em mentiras e teorias falaciosas”. Ele já contatou os advogados que “adotarão todas as medidas jurídicas necessárias para desmascarar este falso ataque político”.
Paulo Eccel, Elton Riffel e Cedenir Simon são acusados de não usarem de seu “poder de gestão para imporem medidas saneadoras quanto às irregularidades que vinham ocorrendo”.
O jornal O Município entrou em contato com o ex-prefeito Paulo Eccel, que ainda não havia sido notificado sobre a ação e por isso não quis se pronunciar sobre o caso, assim como o ex-chefe de gabinete Cedenir.
Elton Riffel também não foi notificado. Em resposta ele disse que a ação não se dá de forma objetiva e que o caso de improbidade administrativa não se encaixa, porque os pontos apresentados não estão ligados diretamente a ele ou aos demais envolvidos.
Nota de esclarecimento em relação à denúncia falaciosa da Procuradoria de Brusque em face do pré-candidato à prefeito Paulo Sestrem.
Chegou ao meu conhecimento a edição de uma suposta ação civil pública por parte da Procuradoria Geral do município de Brusque onde a atual gestão visa, de maneira explícita, criar um escândalo fundado em mentiras e teorias falaciosas contra este vereador que sempre se posicionou contrário às suas omissões e atitudes imorais.
A citada ação civil pública é proveniente de uma denúncia referente a um concurso público em que participei no ano de 2009, onde a qual foi analisada pelo Ministério Público de Santa Catarina, e fui totalmente inocentado.
Esta denúncia é claramente banhada de oportunismo político da atual gestão que, descaradamente, visa manchar o bom e honesto trabalho que venho desempenhando, visto que sou pré-candidato a prefeito no município de Brusque.
A utilização da máquina pública para a realização de seus próprios interesses não é uma novidade para a atual gestão municipal que, por outras vezes atentou em desfavor deste vereador e da população brusquense. Esta atitude já foi repudiada por mim, e inclusive foi motivo de um pedido de impeachment do senhor prefeito e do senhor vice-prefeito que, por motivo da velha e nefasta influência política, não foi aprovado.
Me causa surpresa o amadorismo por parte desta gestão em apresentar agora esta denúncia que já me inocentou, faltando menos de três meses para as eleições municipais, o que deixa claro à população sua intenção desesperada que busca a eleição do vice-prefeito Ari Vequi que também é pré-candidato ao cargo máximo do Executivo municipal.
Outra intenção clara com a edição desta denúncia, é vincular meu bom nome ao Partido dos Trabalhadores (PT) e aos escândalos provenientes deste grupo. Entretanto, é válido lembrar que o partido do vice-prefeito (Movimento Democrático Brasileiro – MDB) é que esteve na base política do PT pelos longos anos em que Lula e Dilma governaram o país.
Quando coloquei meu nome à disposição do Partido Republicanos para concorrer à Prefeitura de Brusque, eu já tinha consciência da perseguição política que haveria por parte dos atuais gestores. Tais ataques apenas me motivam a continuar e intensificar o trabalho em favor da população brusquense que sofre com o desgoverno e oportunismo político desta gestão.
Sob a égide da verdade e pautado nos valores cristãos, tenho absoluta certeza que se trata de mais um ataque eleitoreiro e perverso vindo desta gestão que se preocupa mais com seu capital político do que com seu povo.
Os meus advogados foram notificados sobre a presente situação e, após a eventual citação, adotarão todas as medidas jurídicas necessárias para desmascarar este falso ataque político e fazer imperar a justiça e a verdade.