Prefeitura de Brusque anuncia percentual de reajuste do contrato com Hospital Azambuja
Os contratos serão reajustados em 5,19% imediatamente, por meio de recursos devolvidos pela Câmara de Vereadores.
A Prefeitura de Brusque informou na tarde desta terça-feira, 31, que irá reajustar o contrato que mantém com o Hospital Azambuja em 5,19%.
A decisão põe fim, pelo menos temporariamente, ao impasse que se formou entre o governo e a instituição, o qual teve seu ápice na semana passada, quando o hospital informou que, sem reajuste, restringiria o serviço de pronto-atendimento apenas aos pacientes que chegarem de ambulância.
O reajuste foi possível, segundo a prefeitura, graças a uma antecipação de recursos que será feita pela Câmara de Vereadores. Como todo ano o Legislativo devolve ao Executivo os recursos não utilizados, neste ano parte deles, no valor de R$ 200 mil, será antecipada.
Esse recurso, somado a outros da prefeitura, servirá para aumentar em R$ 60 mil mensais os repasses ao hospital, que hoje são de R$ 514 mil fixos, e outros R$ 600 mil em recursos federais. Com isso, o atendimento continua normalmente.
Na semana passada, o governo municipal informou que não poderia reajustar o contrato em um centavo, por falta de recursos, e o Azambuja, por sua vez, se recusou a renovar sem o reajuste.
Para o vice-prefeito Ari Vequi, o reajuste só foi possível com o apoio da Câmara. “A situação não mudou uma vírgula em relação à questão financeira”, afirmou.
O caos para estabelecer a ordem
O secretário de Saúde, Humberto Fornari, afirmou que sempre acreditou que a negociação teria sucesso. Ele classificou o reajuste como razoável, e disse que, apesar da turbulência, a situação foi resolvida rapidamente.
“Às vezes a gente tem que criar o caos para que a ordem se restabeleça”, afirmou.
Em março do próximo ano, um novo contrato terá que ser pactuado entre as partes.
Existe, segundo o secretário de Saúde, um acordo pré-estabelecido de que este novo contrato terá também um reajuste, que será no mesmo patamar do que for concedido ao funcionalismo público.
Para Fornari, há uma expectativa de que as condições econômicas da prefeitura melhorem em 2018.
“Tivemos muitas críticas, nos reunimos e refortalecemos, do ponto de vista psicológico. É válida a crítica, mas temos que valorizar os servidores”, disse.
Ele se referia às declarações de representantes do Hospital Azambuja, de que a demanda do pronto socorro é muito alta porque não há o atendimento adequado na unidade de saúde. Segundo o secretário, a intenção é melhorar esse atendimento e reduzir o número de pacientes encaminhados ao Azambuja.
Necessidades do hospital
O secretário também destaca que é necessária uma reavaliação, por parte do governo federal, do tamanho da população atendida em Brusque. Ele explica que a demanda fixa e a flutuante, que inclui moradores de demais cidades da região, é de cerca de R$ 200 mil, população que não é considerada pelo Ministério da Saúde.
O prefeito Jonas Paegle, por sua vez, destacou durante a entrevista coletiva sua trajetória de 45 anos como médico do hospital, onde ainda mantém consultório.
“Sabemos das necessidades do hospital, muitos atendimentos são complexos e oneram o hospital além da conta”, disse ele, que recentemente informou ter tomado a frente das negociações, que até então eram conduzidas por membros do gabinete.
Paegle também disse que, nesta semana, foi mais fácil o contato com prefeitos de outras cidades para tratar de colaboração no financiamento do Azambuja.
“Antes faziam meio corpo mole assim, né”, disse, referindo-se às tratativas infrutíferas para buscar mais recursos de outras cidades para a instituição.
“A população pode ficar tranquila, Brusque tem saúde, Brusque tem hospital”, declarou.