Prefeitura de Brusque aplica multa a empresa que faria reforma administrativa
Administração pretende fazer a revisão por conta própria em 2019
Administração pretende fazer a revisão por conta própria em 2019
A Prefeitura de Brusque, por meio de processo administrativo, aplicou multa de R$ 16,8 mil à Eficaz Assessoria em Administração e Desenvolvimento de Pessoas, de Tubarão. A empresa afirma que não concorda com a decisão.
A Eficaz foi a vencedora da licitação para realizar a reforma administrativa na Prefeitura de Brusque. A empresa chegou a começar a trabalhar, mas, segundo a prefeitura, não cumpriu os critérios previstos no contrato, o que levou o fim do vínculo.
De acordo com William Molina, secretário de Governo e Gestão Estratégica, o primeiro problema teve relação com o prazo de entrega do diagnóstico inicial e cronograma de trabalho. “Deveria ser em 30 dias, entregaram com quase 90 dias”.
Veja também:
Acidente entre caminhão e carro deixa trânsito lento na Beira Rio, em Brusque
Mais de 4 mil benefícios eventuais foram concedidos a pessoas carentes de Brusque em 2018
Procurando imóveis? Encontre milhares de opções em Brusque e região
“Apresentaram um relatório sem qualidade, não era o que esperávamos. É um relatório que nos traz dúvidas em relação a cópias, inclusive, com nomes de outros municípios dentro do relatório. Em razão disso, decidimos interromper o processo”, afirma o secretário de Governo.
A prefeitura ficou insatisfeita com o que viu e entendeu que a Eficaz quebrou o contrato de forma unilateral ao, segundo a administração, descumprir os prazos. O processo administrativo foi aberto e a multa de 10% do valor global da licitação foi estipulada.
O município também determinou que a Eficaz fique impedida de contratar com a administração pública por um ano. A empresa ainda pode recorrer da decisão.
Contatado por O Município na manhã de sexta-feira, 7, o diretor e consultor da empresa Eficaz, Alexsandro Silveira, disse que a empresa não concorda com a decisão e está tomando “as medidas cabíveis”. Ele preferiu não se manifestar mais detalhadamente.
Sem interesse
O plano B da Secretaria de Governo era convocar a segunda colocada na licitação para o prosseguimento da reforma administrativa. A chamada oficial ainda não foi feita, mas informalmente já se sabe que a empresa não tem interesse em assumir o trabalho.
O empecilho para que a segunda assuma é o valor. Pela Lei de Licitações, ela deve aceitar fazer o serviço pelo mesmo preço que a primeira colocada aceitou.
A justificativa apresentada extraoficialmente ao secretário é que o valor aceito pela Eficaz é muito baixo. A terceira colocada também foi consultada e não quer realizar o trabalho por este preço.
Com isso, segundo Molina, a prefeitura deverá encerrar o processo licitatório.
A reforma administrativa é uma questão alardeada pela atual gestão desde a campanha. Informalmente, algumas mudanças já foram feitas.
Por exemplo, a Secretaria de Turismo não tem mais secretário. É comandada pelo diretor Noberto Maestri, o Kito, que responde à Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Assim aconteceu com várias pastas.
No entanto, o secretário de Governo entende que é preciso fazer uma revisão geral não só dos cargos, mas das atribuições e processos internos na prefeitura. Ele avalia que uma reforma feita dentro de um gabinete em poucas semanas não resolverá o problema, como já aconteceu no passado.
Molina diz que a reforma é fundamental por dois motivos principais: folha de pagamento e comissionados. O gasto com pessoal é um problema há anos no município que, para Molina, pode ser minimizado ou solucionado com a reforma.
A reestruturação deverá discutir questões como o plano de carreira e progressão dos servidores efetivos e outros benefícios. Os aumentos automáticos incidentes na folha são apontados como motivadores do crescimento excessivo do gasto com salários do funcionalismo.
Veja também:
Projeto de lei dá nome de Chico Wehmut para complexo esportivo na Volta Grande
Segunda etapa de serviços na rua Padre Antônio Eising depende de liberação do governo estadual
Golpistas simulam telefonema de banco e blumenauense perde R$ 58 mil
A questão dos comissionados também tem relação com o estatuto dos servidores. O Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC ) cobra que a prefeitura delimite melhor, na lei, quais são as atribuições dos cargos de confiança, para que não sejam contratados para fazer serviço de efetivos.
A prefeitura está ciente do problema e já teve de afastar servidores por este motivo. É possível que tenha de demitir outros devido ao MP-SC.
Força-tarefa
Sem interessadas em fazer a reforma e com os problemas para lidar, a prefeitura deverá criar um grupo, em 2019, especificamente para estudar um modelo de reforma administrativa.
Segundo Molina, as pessoas escolhidas para a comissão da reforma terão dedicação exclusiva. O secretário diz que a intenção é fazer um bom trabalho, não “qualquer porcaria”.