Prefeitura de Brusque apresenta superávit de R$ 12 milhões
No entanto, município diz que não há sobra, pois recursos estão comprometidos com pagamentos futuros
No entanto, município diz que não há sobra, pois recursos estão comprometidos com pagamentos futuros
A Comissão de Finanças, Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara de Brusque realizou ontem uma audiência pública para apresentação do resultado orçamentário da Prefeitura de Brusque nos primeiros quatro meses do ano. A apresentação foi feita pelo contador Cristiano Bittencourt, ex-secretário de Orçamento e Gestão.
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O objetivo do encontro foi esclarecer se a prefeitura está cumprindo as metas fiscais e orçamentárias previstas para o ano, relacionadas à arrecadação e a despesas e investimentos.
Os números apresentados mostram que o município está em situação financeira considerada confortável. Até abril, somando todos os recursos, o município teve uma receita de R$ 115,4 milhões, enquanto que a despesa total foi de R$ 102,5 milhões, registrando um superávit de quase 13 milhões.
No entanto, conforme Bittencourt, isso não significa que o valor está “sobrando” no caixa da prefeitura. Isso porque já há empenhos a serem pagos até o fim do ano que praticamente liquidam esse superávit momentâneo.
A avaliação feita pela prefeitura também mostra uma redução considerável na dívida no município, nos últimos meses. Em dezembro de 2015, a dívida líquida era de R$ 27 milhões. No fim de abril, essa mesma dívida estava em R$ 11 milhões.
Até o momento, apenas 26% da receita prevista para o ano foi executada, em razão de que boa parte dela é de transferências de convênios do estado e da União, que ainda não foram liberados.
A arrecadação de tributos e taxas do município está abaixo da expectativa prevista pela Secretaria de Orçamento e Gestão. Conforme Bittencourt, o município previa um crescimento de pouco mais de 7% na arrecadação em 2016. No primeiro quadrimestre, foi apurado um crescimento de apenas 4%.
Se essa média for mantida, a prefeitura provavelmente terá que cortar gastos para fechar as contas no fim do ano.
Gastos constitucionais
A prefeitura é obrigada a aplicar 25% da receita líquida em Educação e 15% em Saúde, segundo a Constituição. Até o momento, foram aplicados 23% na Educação. Bittencourt explica que essa defasagem será eliminada já no próximo quadrimestre, quando a previsão de gastos na área é maior.
Em saúde, porém, a prefeitura está cumprindo a meta, com 18% aplicado na área, até abril deste ano. Com as despesas já empenhadas mas ainda não liquidadas, a Secretaria estima que, ao fim de 2016, 21% da receita líquida do município tenha sido destinada à saúde.
Os gastos com folha de pagamento, nos últimos 12 meses, ficaram em 47%, abaixo do limite determinado pela lei de responsabilidade fiscal, que é de R$ 51%.
Para o presidente da comissão, vereador Celso Emydio da Silva (DEM), os dados mostram uma situação bastante tranquila nas finanças da prefeitura, e que isso revela uma certa prudência e equilíbrio na condução do orçamento pelo governo.
Também foi destacado pelo presidente o baixo nível de investimento previsto pelo município para esse ano. Bittencourt explicou que isso acontece porque a maior parte da arrecadação própria está sendo usada para pagamento da folha e manutenção dos serviços da prefeitura.