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Prefeitura de Brusque cobra meio milhão de empresas por prejuízos em duas obras da cidade

Valores incluem pedidos de ressarcimento e aplicação de multas por descumprimento de contrato

A Prefeitura de Brusque instaurou duas Tomadas de Contas Especial (TCE) para cobrar prejuízos causados por duas empresas que executaram obras no município.

A administração cobra R$ 227.280,57 da Empreiteira Adrimar, responsável pela construção da rua Beira Rio, mais conhecida como DJ-003, no bairro Dom Joaquim, e mais R$ 53.394,03 da Renascence Limitada, pela construção da Escola de Educação Infantil do Rio Branco.

O diretor-geral da Controladoria, Daniel Felício, explica que a TCE é um instrumento que a administração pública tem para ressarcir-se de eventuais prejuízos que lhe forem causados ao longo da execução dos contratos.

Renascence Limitada executou a obra da creche do Rio Branco | Arquivo O Município

Os valores cobrados na TCE foram apurados pela prefeitura, ou seja, ainda precisarão ser confirmados, já que os procedimentos serão analisados e julgados pelo Tribunal de Contas do Estado.

As empresas também terão direito a defesa, em que poderão questionar os valores. Desta forma, ao final do processo, os valores poderão sofrer alterações e serem acrescidos da correção do período.

Procedimentos administrativos

Antes de instaurar a TCE, a prefeitura precisou abrir processos administrativos para investigar a conduta das empresas. 

“É obrigação do gestor público abrir o procedimento administrativo, e se comprovada a suspeita, fazer o rompimento do contrato, a apuração do dano e a cobrança”, diz.

Os processos administrativos contra as duas empresas foram instaurados em abril deste ano e conclusos para decisão em maio e junho. 

No caso da Empreiteira Adrimar, a pena aplicada foi a suspensão temporária de participar de licitação, mais multa de 10% do valor do contrato com a prefeitura, que era de R$ 2.435.375,75.

Na Renascence, a pena foi a rescisão unilateral do contrato, com a aplicação de multa de 10% sobre o saldo do contrato, que era de R$ 496.801,41.

Felício destaca que as multas estão relacionadas aos contratos, ou seja, são valores a parte do prejuízo apurado e da reparação do dano que é o que está em curso na Tomada de Contas Especial.

Má execução dos contratos

O diretor-geral da Controladoria afirma que as investigações foram abertas porque as duas empresas não realizaram as obras de acordo com o previsto nos contratos.

No caso da Construtora Renascence, o procedimento foi aberto devido aos sucessivos atrasos na obra da creche do Rio Branco, que, de acordo com ele, além dos prejuízos econômicos, geraram prejuízos sociais à prefeitura. Ele informa que os serviços que foram executados pela empresa foram em desconformidade com o que estava projetado e previsto no contrato.

“Em decorrência dessas situações, abriu-se o processo administrativo. Chegou-se à conclusão que a empresa, de fato, descumpriu o contrato. Por recomendação do processo administrativo a prefeitura rompeu o contrato com a empresa e fez a tomada de contas com os valores desses prejuízos e agora fará a cobrança desses recursos”, diz.

A mesma situação é com a Empreiteira de Mão de Obra Adrimar, que executou a obra na rua DJ-003. De acordo com Felício, os serviços no local foram mal executados.

“Estava previsto a colocação de uma boca de lobo, o tubo tinha que estar em uma posição e está em outra, eles mudaram o projeto na hora da execução, sem autorização, para economizar. A obra foi entregue há pouco tempo e já apresenta muitos problemas. O município terá que refazer e, desta forma, o prejuízo está sendo cobrado”.