Prefeitura de Brusque espera normalizar fornecimento de medicamentos até abril
Atualmente, 20% dos 350 remédios que constam na relação da Secretaria de Saúde estão em falta
A Secretaria de Saúde de Brusque deverá disponibilizar 100% dos medicamentos à população a partir da segunda quinzena de abril. Atualmente, 80% dos 350 medicamentos da lista de Relação Municipal de Medicamentos (Remume) são oferecidos. Há um mês, o déficit era maior e havia apenas 60% dos remédios da listagem, de acordo com o governo municipal. O problema da falta de medicamentos tem se agravado desde o fim do ano passado.
Antidepressivos, remédios para o coração e hipertensão são os que estão em falta. O principal motivo, segundo o secretário de Saúde, Humberto Fornari, é o processo burocrático.
Neste momento, a Prefeitura de Brusque aguarda os medicamentos por meio do Consórcio de Saúde com a Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi). Ele afirma que a medicação já foi solicitada há mais de 20 dias, porém, alguns deles ainda não estão disponíveis, já que o município é o que mais licita medicamentos na região. “Infelizmente a Ammvi não tem 100% deles. É uma situação delicada. Sabemos que a população não está com paciência para ouvir isso, mas pedimos compreensão e paciência”, diz Fornari.
A previsão do consórcio é que até o dia 22 de março essa relação de remédios esteja na Farmácia Básica. Serão investidos R$ 350 mil em compras por meio da Ammvi, que devem garantir fornecimento por cerca de três meses.
Processo de licitação
Para resolver o problema da falta de medicamentos na totalidade, a Secretaria de Saúde de Brusque está realizando um processo licitatório, que havia sido iniciado no governo do prefeito José Luiz Cunha, o Bóca, no fim de 2016, e foi paralisado pela atual gestão devido à incompatibilidade financeira. Na época, a licitação contemplava a compra de R$ 11 milhões em medicamentos, mas no caixa da secretaria havia disponibilidade de R$ 4,5 milhões.
Por isso, iniciou-se um novo processo, que neste momento está na fase da apresentação dos preços das empresas. Até o fim deste mês os estabelecimentos devem ser escolhidos. Conforme o preço, várias empresas que concorrem podem oferecer os medicamentos ou apenas uma. Após a escolha inicia-se o processo dos pedidos que, em média, demoram cerca de 20 dias. Assim, depois da segunda quinzena de abril, os medicamentos estarão à disposição da comunidade.
“Temos dinheiro em caixa para a compra da medicação, mas precisamos respeitar o processo legal, que é burocrático. O grande pecado da gestão passada foi não ter deixado uma licitação aberta. Hoje, estamos sendo criticados, mas quem sofre na carne é a população”, diz o secretário de Saúde.
População arca com custos
Rosária Maria Machado, 62 anos, do Poço Fundo, há cinco anos toma o Flavonid para circulação sanguínea. Porém, desde o fim de 2016 não encontra o remédio na Farmácia Básica. Hoje ela gasta R$ 70 por mês para adquirir duas caixas, que é a quantidade que necessita. O seu filho, Leandro Machado, 32, operador de caldeira, diz que eles têm condições de comprar o medicamento, mas considera inadmissível a comunidade ficar tanto tempo sem os remédios.
O aposentado Rodolfo Romano, 60, do São Luiz, teve dois infartos e desde o fim de 2012 precisa tomar o Clopidogrel para o coração. Desde o início de dezembro do ano passado ele não tem o remédio e precisa gastar R$ 50 por mês para adquirir 28 comprimidos. Ele conta que a resposta é sempre a mesma, “de que não há previsão”, porém, Romano considera que a saúde é prioridade e deveria ser tratada com mais relevância pela administração pública.