Prefeitura de Brusque investigará aplicação dos recursos das obras do PAC
De acordo com a administração municipal, uso do dinheiro não seguiu a lei
De acordo com a administração municipal, uso do dinheiro não seguiu a lei
A Prefeitura de Brusque anunciou, nesta segunda-feira, 9, que abrirá uma investigação interna sobre as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – Macrodrenagem. O procurador-geral do município, Mário Mesquita, informou a abertura da sindicância e classificou a aplicação dos recursos do PAC como “criminosa”.
O anúncio foi feito em entrevista coletiva concedida no salão nobre, a qual contou com a presença do prefeito Jonas Paegle, do vice Ari Vequi, de outros secretários e da Defesa Civil.
As obras do PAC foi criticadas pela população nas redes sociais, e pelos integrantes da administração municipal após a enxurrada que afetou Brusque no dia 5 de janeiro. Localidades como Nova Brasília e Azambuja, onde foram feitas obras do programa do governo federal, estão entre as mais destruídas pela água.
O procurador afirmou a investigação irá avaliar aplicação dos recursos de todas as obras do PAC, que também foram realizadas em outros bairros, como o São Pedro. Mesquita disse que o uso do dinheiro foi criminoso, ilegal e equivocado.
“[O PAC] será alvo de investigação e levantamento técnico”, afirmou Mesquita. O resultado deste levantamento será, então, encaminhado ao Ministério Público Estadual, ao Ministério Público Federal e ao governo federal.
As obras do PAC foram realizadas em Brusque durante a gestão de Paulo Eccel. O nome dele não foi citado durante a entrevista, contudo, o procurador disse que, se a investigação assim indicar, “a administração responsável pelo PAC” será responsabilizada.
O prefeito também fez fortes críticas ao PAC. “São obras mal feitas, o dinheiro que veio do PAC foi mal investido”, afirmou. Paegle disse que a investigação buscará identificar as necessidades reais de comunidades como Nova Brasília a fim de evitar novos problemas ou tragédias maiores.
Balanço
A coletiva contou com responsáveis por várias pastas. Eles apresentaram os principais números relacionados à chuva do dia 5. De acordo com a Defesa Civil, 1,8 mil moradores ficaram desalojados, mas a vasta maioria foi para casa de parentes e não precisou ir para o abrigo que foi aberto na Arena Brusque.
Ainda segundo a Defesa Civil, foram 83 deslizamentos e 32 alagamentos. Eles aconteceram em 25 dos 31 bairros de Brusque, ou seja, cerca de 70% do município foi afetado diretamente pela enxurrada.
A prefeitura decretou estado de emergência no dia 6 e agora buscará recursos federais e estaduais para restaurar as estruturas destruídas. Foram danificadas pela água cinco pontes.