Prefeitura de Brusque volta atrás e não irá recusar receitas de médicos conveniados a sindicatos
Município anuncia que continuará a fornecer medicamentos, enquanto houver no estoque
Município anuncia que continuará a fornecer medicamentos, enquanto houver no estoque
A secretária municipal de Saúde, Giselle Moritz, informou que a Prefeitura de Brusque decidiu continuar com o fornecimento de medicamentos para pacientes cujas receitas foram dadas por médicos conveniados dos sindicatos. A decisão foi tomada em reunião realizada ontem à tarde, entre a secretária e o prefeito Bóca Cunha.
Com isso, o município volta atrás na decisão tomada anteriormente, na qual havia suspendido, até o fim do ano, o fornecimento de medicamentos cujas solicitações têm origem em consultas com os médicos conveniados aos sindicatos.
Segundo a secretaria, a situação financeira da pasta está bastante difícil, porque o governo do estado não tem feito os repasses obrigatórios há sete meses. A soma, estimada em R$ 1,5 milhão, faz falta para o município, afirma Gisele.
Para que se pudesse retomar o fornecimento de medicamentos, a Secretaria de Saúde fez um levantamento dos produtos disponíveis no estoque, assim como dos recursos financeiros da pasta.
O governo afirma, no entanto, que o fornecimento desses medicamentos terá de ser feito “com cautela”, ainda que não seja interrompido, porque a prefeitura tem de se preocupar em fechar o ano com as contas em dia.
Com a restrição às receitas dos médicos dos sindicatos, o município esperava poder continuar com o atual estoque de medicamentos até o fim do ano. Agora, no entanto, não há garantia, e uma nova licitação poderá ser feita.
A decisão de continuar o fornecimento dos medicamentos também está embasada na esperança de que o governo do estado pague os valores atrasados, o que, segundo acredita a secretária Giselle, deve acontecer até o fim do ano, garantindo um alívio ao caixa da prefeitura.
Mais cedo, pela manhã, o governo municipal divulgou uma nota no qual informa que medidas de contenção de despesas tiveram que ser adotadas por culpa dos atrasos do governo estadual.
Conforme a nota, os atrasos nos repasses para todos os municípios catarinenses somam mais de R$ 94 milhões, sendo que quase 70% é da área da saúde.
“A Prefeitura de Brusque, por meio da Secretaria de Saúde, trabalha a fim de viabilizar todos os serviços ofertados à população, e havendo possibilidade financeira, os atendimentos serão realizados normalmente”, diz o comunicado.
A suspensão do fornecimento de medicamentos prescritos por médicos dos convênios sindicais foi denunciada no início da semana, pelo Fórum das Entidades Sindicais de Brusque, que pediu esclarecimentos a respeito.
Na Câmara de Vereadores, também houve críticas contra a medida, e também contra a suspensão temporária da realização de exames que não sejam urgentes.