Lorena Polli
Prefeitura e Câmara de Vereadores de Guabiruba lançam campanha para o não uso de fogos de alto estampido
Ação tem a parceria de entidades do município e de Brusque
Na tarde desta segunda-feira, 10, a Prefeitura e a Câmara de Vereadores de Guabiruba realizaram o lançamento da campanha “Diga não aos fogos de alto estampido”.
O objetivo da campanha é conscientizar a população, para que, nas comemorações, opte por fogos sem estampido, que emitem menos ruídos e não causam transtorno aos grupos prejudicados por esta prática. Entre eles, crianças, pessoas com autismo, idosos, animais e enfermos.
Para ajudar na divulgação da ação, estão envolvidos o Conselho de Bem-Estar Animal de Guabiruba (Combea), o ONG Protegendo os Animais com Todo Amor (PATA) de Guabiruba e a Associação de Pais, Profissionais e Amigos dos Autistas de Brusque e Região (AMA Brusque).
De acordo com o assessor de imprensa da Câmara, Hamilton Júnior, a campanha terá duração de 30 dias a partir desta segunda-feira, com panfletos, cartazes, outdoors que serão distribuídos com o lema “sua comemoração não pode falar mais alto que o respeito do próximo”.
Júnior informou ainda que como a Câmara e a Prefeitura possuem a mesma agência de comunicação, foi feito o trabalho de mídia para divulgação em rádios, jornais e televisão para uma maior divulgação.
Além dos representantes das entidades, estavam presentes no local os vereadores Alexandre Felipe Pereira (PP), Maria Simone Fischer (MDB), Wagner Fischer Westarb (MDB), Jair Francisco Kohler (PP), Waldemiro Dalbosco (PP) e o presidente da Câmara, Cristiano Kormann (PP).
O prefeito Valmir Zirke (PP), destacou a dificuldade de criar uma lei para proibição do uso de fogos com alto estampido e não saber quem irá fazer a fiscalização, com o baixo efetivo da Polícia Militar.
Zirke também parabenizou a ideia que partiu da Câmara, o trabalho das entidades e declarou apoio total da prefeitura na ação. Com isso, todos os eventos da prefeitura não serão utilizados fogos que façam barulho.
Para ele, a campanha lançada irá conscientizar as pessoas. “Nós temos tantas outras formas de fazer festa, sem fazer barulho. Pra que também realmente o comércio fique ciente que tem foguetes que não fazem tanto barulho.”
O vice-prefeito Cledson Kormann ressalta que é o momento para a prefeitura dar o exemplo e criar uma conscientização no município. “O estampido até por ter uma carga explosiva, ainda gera o risco de acidentes, são fogos que oferecem maior risco”, destaca.
Segundo o presidente da Câmara, Cristiano Kormann (PP), nos últimos anos através das redes sociais e reuniões foi percebida a dificuldade que há com crianças, animais e idosos por conta do barulho dos fogos.
No ano passado, foi apresentado um projeto de lei, porém, os vereadores consideraram a dificuldade de colocar a lei em prática, explica Kormann. O presidente da Câmara destaca como maiores dificuldades para a criação de uma lei o efetivo reduzido da Polícia Militar e a fiscalização somente por parte da prefeitura não seria possível.
Ele ainda informa que há uma lei de 2010 que tem o intuito de coibir os ruídos, mas não há informações de que tenha sido colocada em prática. “Os tempos vão mudando e o poder público tem que acompanhar a demanda da cidade e o que aponta como dificuldades no dia a dia”, ressalta.
Crises de pessoas com TEA e fuga de animais
De acordo com a presidente da Ama Brusque, Guedria Motta, os dois filhos dela, que possuem o Transtorno do Espectro Autista (TEA) sofreram com a queima de fogos e tiveram crises.
“Pelo menos 90% das crianças com espectro autista vão ter disfunções sensoriais. E o barulho do foguete provoca crises. Algumas delas precisam ser medicadas para se acalmarem”, informa.
Guedria destaca que há mais de 300 pessoas dentro do espectro atendidas pela Ama Brusque, entre elas, em torno de 50 famílias de Guabiruba também procuram a associação.
Para a presidente do Combea, Eduarda Schweigert, a campanha de conscientização do uso dos foguetes também é importante para os animais. O conselho realizou “uma cãominhada e um trabalho de conscientização nas escolas antes da pandemia, e fica à disposição para futuras ações”.
A tesoureira da Pata Guabiruba, Patrícia Suave, comenta que a campanha é importante, pois em épocas de festas a ONG é muito procurada.
“Acabam fugindo os animais, vão para a rua. A família não encontra mais, acabam sendo atropelados. A gente já quase não tem mais suporte pra acompanhar todo o município e com certeza é uma campanha que vai nos ajudar bastante”, ressalta.
Polícia Militar será parceira da campanha
O sargento da Polícia Militar, Murilo Wilke, destaca que a PM será parceira da campanha. “Legislação existe, porém é difícil configurar o fato, pois quando o policial chega no local já passou-se o fato, e fica complicado a configuração do fato”, destaca.
Para Wilke, “o passo inicial é a conscientização, o respeito pelo próximo, como diz a própria campanha. Acho que se todos nós tivéssemos consciência do respeito ao próximo e das necessidades dos demais, não teria tanto legislação quanto há hoje.”
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