Prefeitura estuda não implantar UPA 24 horas
No local deve ser instalada a nova Unidade Básica de Saúde do bairro Santa Terezinha
A novela da Unidade de Pronto Atendimento 24 horas (UPA) de Brusque ganhou mais um capítulo na última semana. Durante a reunião do Conselho Municipal de Saúde (Comusa) realizada na quarta-feira, 17, a secretária de Saúde do município, Ivonir Zanatta Webster, a Crespa, apresentou, em caráter informativo, uma nova proposta para a utilização do prédio onde está sendo construída – desde 2012 – a UPA 24 horas, no bairro Santa Terezinha, com recursos do governo federal.
De acordo com a proposta apresentada, depois de pronto, o local não abrigaria mais o pronto-atendimento 24 horas do município, mas sim, a nova Unidade Básica de Saúde do bairro e a nova base do Serviço Móvel de Urgência (Samu).
Conforme a secretária, o principal motivo que levou a prefeitura a mudar a função do prédio é a falta de recursos. “Apresentamos uma nova proposta para a utilização do prédio considerando a ausência de previsão de recurso orçamentário programado para esse fim”, explica.
Crespa afirma que somente para o município abrir a UPA 24 horas, o custo inicial seria de R$ 2,9 milhões, incluindo equipamentos e funcionários. Já para manter o local funcionando seria preciso em torno de R$ 1,4 milhão mensais. “O recurso vindo do governo federal é apenas para a construção do prédio. A compra do mobiliário, equipamentos e contratação dos profissionais é toda feita com recursos do município”, diz.
Pronto-socorro no Hospital Dom Joaquim
Quando anunciada pela gestão Paulo Eccel, a promessa era de que o pronto atendimento 24 horas serviria para diminuir as filas nos hospitais, principalmente no Hospital Azambuja, já que o local teria estrutura para receber casos como pressão e febre alta, fraturas, cortes, infarto e derrame.
Para suprir a falta da unidade 24 horas, a secretária afirma que a atual gestão pensa em ampliar o atendimento do Hospital Dom Joaquim. “O atendimento na UPA não substitui o atendimento no pronto-socorro, pois são de complexidades distintas. A secretaria, juntamente com o Hospital Dom Joaquim, também avaliam a abertura de um pronto-socorro 24 horas, sendo que a estrutura física do hospital já encontra-se disponível”.
Segundo ela, a rede de atendimento no município está planejada para contar com dois pronto-atendimentos funcionando das 18h às 22h – o da Policlínica, no Centro de Serviços em Saúde, e o da futura Unidade Básica de Saúde (UBS) Santa Terezinha, que deve ocupar o lugar da UPA 24h; o Hospital Azambuja e, posteriormente, o Hospital Dom Joaquim.
Crespa destaca que a nova proposta de utilização do prédio que está sendo construído na avenida Bepe Roza, próximo a Unifebe, está em processo de avaliação e levantamento de custos. “Toda a documentação será levada em mãos ao Ministério da Saúde no momento pertinente”, diz.
Segundo ela, a obra do pronto-atendimento 24 horas será concluída conforme o cronograma da obra e com recurso federais. “Conforme o Departamento Geral de Infraestrutura (DGI), a previsão para o início das atividades no local deve ser no mês agosto”.
O local deverá substituir a UBS do bairro Santa Terezinha já existente, com a ampliação para mais uma equipe. “A proposta para aquele espaço é o pronto-atendimento médico e odontológico das 18h às 22h, mais uma equipe de Saúde da Família, nova base do Samu e Serviço de Verificação de Óbitos (SVO)”.
Caso a mudança se confirme, o destino do prédio que comporta a atual UBS do bairro ainda será avaliado.
Diferenças entre UBS e UPA 24h
Na Unidade Básica de Saúde (UBS), as consultas são agendadas com hora marcada e vagas de urgência dentro das políticas da Atenção Básica. Os principais serviços oferecidos por este tipo de unidade são consultas médicas, inalações, injeções, curativos, vacinas, tratamento odontológico, encaminhamentos para especialidades e fornecimento de medicação básica.
Já na Unidade de Pronto Atendimento 24 horas (UPA) pode receber casos como pressão e febre alta, fraturas, cortes, infarto e derrame, com serviços de raio X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e cerca de dez leitos de observação. Na UPA não seriam realizadas consultas médicas, apenas atendimentos de emergência e urgência.