Prefeitura planeja campanha contra auxílio a artistas de rua em Brusque
Malabaristas se apresentam utilizando desde bolas simples até objetos cortantes ou elementos pirotécnicos
Artistas de rua têm sido frequentemente vistos nos semáforos dos principais cruzamentos de Brusque durante os últimos meses, fazendo malabarismo com bolas ou até mesmo com fogo ou facas.
Suas apresentações duram entre um e dois minutos e, no fim, eles passam pelos corredores dos veículos buscando sua remuneração pelo entretenimento, que vem em moedas de todos os valores e, de vez em quando, até em cédulas. No município, os malabaristas são predominantes.
Estes grupos de artistas são muito comuns em cidades maiores do que Brusque, como Blumenau, Joinville ou Florianópolis. Normalmente são itinerantes, migrando entre cidades e revezando entre si nos semáforos.
Para o secretário de Assistência Social de Brusque, Deivis da Silva, a presença dos artistas de rua em Brusque é preocupante e ele pede à população para que não contribua com as apresentações dos malabaristas. “Às vezes as pessoas utilizam facas e fogo. O ideal era que as pessoas não lhes dessem nada, porque, se eles estão permanecendo, é porque há retorno. Acho até uma arte bacana, mas num local apropriado, num circo ou numa arena adequada”, afirma.
Entre os planos da pasta, estão blitze abordando os motoristas com a colaboração da Polícia Militar e campanhas de panfletagem e placas nos semáforos recomendando aos motoristas para que não deem dinheiro a pedintes e artistas de rua. Para Silva, “cada 10, 50 centavos ou cada real aumenta o caixa, de forma que eles retornem. Se perceberem que não há ajuda, eles acabam saindo para outras cidades”.
De acordo com o secretário de Trânsito, Nilson Pereira, muitas pessoas têm reclamado da presença dos artistas, em especial dos que trabalham com objetos cortantes ou pirotécnicos. “Às vezes são pessoas sem muita experiência, pode ser algo arriscado. Nossa preocupação é de que eles permaneçam.”
O técnico de mobilidade e planejamento urbano da secretaria, Luís Henrique Blumer, também defende que é necessário “retirar estas pessoas de uma situação que é de risco”, e que, apesar de sua atividade, “a colaboração espontânea acaba funcionando como a esmola” do pedinte comum.
“Por entender que é uma situação de vulnerabilidade, a população acaba sendo bastante solidária e ajuda, mas, no fim, isto acaba incentivando a permanência destas pessoas”, opina.
Blumer conta ainda que, em discussões sobre o assunto na pasta, a população fica dividida entre os que colaboram e os que não colaboram, e aqueles que prestam o apoio não costumam fazê-lo mais de uma ou duas vezes. Desta forma, os recursos se esgotam para os artistas, que ficam de 20 a 30 dias em cada município, fazendo rodízios até retornarem.
A reportagem tentou contato com os artistas de rua, mas não os localizou.