Prefeitura registra aumento de dependentes químicos nas ruas de Brusque
Secretaria de Desenvolvimento Social constatou a situação durante as abordagens sociais
Moradores e lojistas notaram que o número de pessoas em situação de rua cresceu nos últimos meses. No entanto, segundo Juliana da Silva, diretora da Secretaria de Desenvolvimento Social de Brusque, o número aumentou, mas não se tratam apenas de pessoas em situação de rua e que não tem uma casa para retornar. Ela explica que as pessoas que estão utilizando os espaços públicos são, na maioria dos casos, dependentes químicos.
De acordo com a responsável pela pasta, a maior parte são dependentes do álcool. De acordo com Juliana, tanto os dependentes químicos quanto as pessoas em situação de rua são encontradas com maior frequência na área central do município.
“Estamos falando do usuário e dependente químico que fica em um local próximo de supermercados para ter acesso a compra da bebida alcoólica e as tais das ‘biqueiras’ para compra de drogas ilícitas”, pontua.
Além disso, a pasta também categoriza como “trecheiros” as pessoas que estão em situação de rua e permanecem por um ou dois na cidade, utilizam dos serviços do Centro Pop e Albergue, mas seguem viagem e partem para outros municípios.
Segundo a diretora, há dois anos havia um processo migratório das pessoas em situação de rua e nos meses de janeiro e fevereiro eles partiam para o Litoral. No entanto, a realidade mudou.
“É percebido que o número de pessoas atendidas no serviço aumentou por conta da atuação policial nas regiões de Itajaí e Balneário Camboriú, pois não permitem que os usuários permaneçam na rua”.
Abordagem social
Juliana comenta que a Secretaria continua realizando as ações de abordagem social, que busca orientar e solicitar para que as pessoas em situação vulnerável possam acessar os serviços do Centro Pop e do Albergue.
Ela comenta que também são realizadas rodas de conversa com temas relevantes sobre a demanda dos usuários, além da parceria com os projetos Quero Impacto e Mediação a Leitura.
Entre janeiro e março foram realizadas as abordagens sociais com uma média de 30 a 40 pessoas abordadas por mês em diferentes locais do município.
“Por se tratar, na maioria dos casos, de pessoas dependentes do álcool, onde já estão debilitadas cognitivamente e fisicamente, eles têm dificuldades de locomoção. Algumas pessoas, umas seis, conseguimos levar para o hospital, porém, geralmente, se evadem e não finalizam o tratamento. Falando da maioria das pessoas que se colocam em situação de rua, o trabalho da equipe de abordagem social não tem como objetivo a avaliação clínica tendo em vista que não são profissionais da saúde”, salienta a diretora.
Juliana ainda acrescenta que os usuários não aderem aos serviços do Albergue por conta das dificuldades em relação à dependência química. Já os serviços do Centro Pop são realizados na rua, com a disponibilidade de um técnico para escuta e acolhimento dessas pessoas.
Por fim, a diretora comenta que nos casos em que a pessoa demonstra interesse em retornar para cidade onde tem familiares, a prefeitura concede um benefício eventual para o regresso. Para receber a passagem, a pessoa passa por uma avaliação técnica com a equipe da pasta.
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