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Presidente da Acibr, Halisson Habitzreuter fala sobre a economia e seu primeiro ano à frente da associação

Empresário destaca os avanços das atividades da associação empresarial, a qual viu surgir dois novos núcleos

O empresário Halisson Habitzreuter foi empossado como presidente da Associação Empresarial de Brusque (Acibr) há pouco mais de um ano, em 6 de outubro de 2015, em substituição a Edemar Fischer.

Nesta entrevista, concedida em sua sala na HHC Contabilidade, ele avalia este primeiro ano de gestão, no qual diversas situações tornaram-no atípico: neste período, houve destituição de uma presidente da República, troca no comando da prefeitura, eleições diretas e indiretas e avanço na crise econômica.

No período, o empresário destaca os avanços das atividades da associação empresarial, a qual viu surgir dois novos núcleos e a manutenção de seus eventos tradicionais. Ele destaca, por exemplo, o Almoço de Ideias, evento que reuniu, em média, 400 empresários a cada edição, com objetivo de troca de opiniões para melhorar sua atuação.

Também foram ampliadas as reuniões itinerantes em Guabiruba e Botuverá, cidades vizinhas que possuem “braços” da Acibr. Em Botuverá, destaca, os empresários tem sofrido com as condições dos serviços de telefonia. Já em Guabiruba há o problema antigo da escola João Boos como centro da preocupação.

O presidente da Acibr também põe como um dos destaques do ano a realização do debate entre os candidatos à Prefeitura de Brusque, promovido pela entidade em parceria com o Município Dia a Dia e a TV Brusque.

A Escola de Negócios, serviço disponibilizado pela Acibr para empresas associadas e seus funcionários, é vista por ele como instrumento para qualificar a mão de obra.

“É uma ferramenta muito boa para desenvolvimento das empresas e dos colaboradores, melhora a produtividade e melhora a qualidade de vida”.


Novos núcleos da Acibr

O presidente da Associação lembra que, nessa gestão, foi ampliada a atuação dos núcleos da instituição. O de turismo, por exemplo, surgiu neste ano para colaborar no desenvolvimento desta área em Brusque.

“É uma parte da economia da região que pode ser muito incentivada, não só o turismo de compras, esta é só uma parte. Tem a rota dos cervejeiros, acreditamos que as cidades podem desenvolver muito esse lado turístico, por causa da proximidade com as praias”.

Para ele, os núcleos vêm fazendo vários eventos de repercussão até nacional, como o Festival da Cuca, que surgiu no Núcleo de Panificadoras e agora já se tornou um evento reconhecido no município.

O Núcleo de Gastronomia, por sua vez, promoveu, durante o inverno, a primeira edição do Temperô, na qual foram feitas promoções pelos restaurantes associados, e que movimentou a cidade durante o mês de julho. “Superou as expectativas, foi muito proveitoso para a economia, e foi mais um atrativo para a região”, afirma Habitzreuter.

O feirão de imóveis, do Núcleo das Construtoras, também é destacado pelo presidente da Acibr. Segundo ele, foi uma oportunidade de se fechar novos negócios imobiliários e ainda prospectar clientes.


Fiscalização de obras

Para o presidente da Acibr, outro ponto em que a entidade atuou foi a fiscalização de obras públicas, sobretudo a duplicação da rodovia Antônio Heil e a construção da esperada barragem de Botuverá.

“Não fiscalizamos tecnicamente, fiscalizamos para ver se a obra não para, se não tem erros graves, estamos atentos a essa situação”, explica Habitzreuter.

“A barragem de Botuverá também é uma grande batalha, que vai beneficiar toda a sociedade, vai fazer com que melhore a segurança na questão das enchentes”, continua. “Áreas que são desvalorizadas hoje pela possibilidade de enchente vão poder ser ocupadas, e isso vai fomentar muito a economia”.

Ele diz que se tratam de ações que não podem parar, e que os empresários devem exercer uma pressão constante sobre os governos.
“A gente precisa atuar, se a gente deixar quieto, não acontece nada”.


Segurança pública

Uma das principais bandeiras da Acibr tem sido a busca por mais segurança pública para a região. Recentemente, uma comitiva liderada pela associação esteve em Florianópolis para cobrar do governo estadual mais efetivo, tanto na Polícia Civil quanto na Militar.

“Acreditamos que em qualquer cidade em que não há segurança pública não há desenvolvimento econômico, é mais do que comprovado”.
Halisson Habitzreuter afirma que o estado pode fazer isso, e que a comitiva saiu de lá com essa promessa.

No entanto, ele avalia, efetivo não irá resolver o problema da insegurança no país. Se trata, diz, de uma questão de impunidade, que está enraizada no sistema penal brasileiro.

“Estamos exigindo que se tome um posicionamento pelos nossos legisladores, para que promovam alterações na lei penal, e na lei processual penal, criem mais presídios, para acabar com o prende e solta, que é que mais se vê por aí”, afirma.
“A gente se separa com estatísticas de que um elemento foi preso e solto 50 vezes, e continua solto. A gente precisa desta alteração, o sistema penal atual está falido, precisamos que aconteça esta mudança”.


Carga tributária

O empresário vê na alta carga tributária do país um dos principais entraves ao desenvolvimento econômico. Pelo fato dos impostos estarem, na maior parte das vezes, “escondido” nos preços dos produtos consumidos pelos contribuintes.

“Muita gente acha que, por não ter recursos, não paga imposto, mas as pessoas não se dão conta de que estão embutidos em tudo o que se consome, todo mundo manda dinheiro para Brasília e não volta, essa é uma grande briga e precisamos que seja mudado”.

Habitzreuter cobra do governo que faça uma reforma na carga tributária, assim como as já aventadas reformas política e na previdência.
“Quem gera riqueza para o país é o empresário, não é o funcionário público. Funcionário público trabalha para a população, e isso foi se perdendo ao longo dos anos”, avalia. “A empresa que sai do país não volta mais, é emprego que o país perde”.

PEC 241

O governo federal aprovou, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, a qual institui uma limitação de gastos por parte do governo federal, por um prazo pré-determinado.

Criticada por uns e elogiada por outros, a proposta é vista com bons olhos pelo presidente da Acibr. “É a primeira vez que a gente vê o governo cortar na própria carne, limitar gastos. Antes era muito fácil, os gastos aumentavam, eles aumentavam imposto”, avalia o empresário.


Novo governo

“Esperamos que ele tenha muito sucesso, é de interesse da Acibr que o município vá bem. com a eleição de Dr. Jonas, a gente torce por ele e pelo Ari [Vequi]”, diz o presidente da Acibr, questionado sobre o que espera do governo Jonas Paegle (PSB), eleito para governar Brusque nos próximos quatro anos.

“Como entidade, somos apartidários, trabalhamos com quem estiver no poder, temos muito a contribuir se eles assim quiserem”, afirma.
Ele deixa claro que a associação empresarial quer ser ouvida pelo governo, assim como exercer seu papel de fiscalização. Para Habitzreuter, a falta de participação da sociedade é fator determinante para instalação das más práticas na administração pública.

“O que o Brasil passa atualmente é o exemplo do que acontece quando as entidades não participam e não fiscalizam, a gente não pode se omitir”.


Economia em 2017

Segundo o presidente da Acibr, a associação vislumbra que o próximo ano será melhor do que o atual.

“Pelo que a gente acompanha, as informações que chegam é de que o pior da crise já passou, e a tendência é de recuperação, essa PEC do corte de gastos é importante e os próximos passos precisam ser dados”.

Ele avalia que o país só irá se recuperar, no entanto, se o governo federal avançar nas reformas para corte de custos. “Se não acontecerem as mudanças necessárias, o país vai voltar a travar”, afirma.

O presidente da Acibr acredita que a reforma na previdência é um dos principais gargalos que o governo precisa dar conta.

“A questão previdenciária impede que os recursos retornem para a população, a maior parte fica para folha de pagamento dos ativos e inativos”, afirma.

“Não podemos pensar que teremos capacidade financeira de arcar com os altos salários do funcionalismo público, precisa mudar essa política. Quem quiser mais que procure a iniciativa privada”.


Atividades no próximo ano

Questionado sobre as atividades previstas para a Associação Empresarial de Brusque para o próximo ano, Halisson Habitzreuter diz que isso será decidido oficialmente só no começo de 2017.

“O que posso garantir é que vamos atuar na questão do turismo, em parceria com a prefeitura. Os eventos tradicionais vão ser mantidos, almoços, palestras”, diz o presidente da Acibr.

“Pretendemos aumentar os serviços prestados pela Acibr, que a maioria são para as micro e pequenas empresas, que precisam de muito mais apoio do que as grandes empresas”, conclui.