“Inclusão não é favor, é direito”, diz presidente da AMA Brusque sobre desafios dos autistas em discurso na Câmara
Márcia Graf participou da sessão desta terça-feira, 18
Márcia Graf participou da sessão desta terça-feira, 18
A presidente da Associação de Pais, Profissionais e Amigos dos Autistas de Brusque e Região (AMA), Márcia Graf Faria Gonzaga, participou da sessão da Câmara de Vereadores nesta terça-feira, 18, para falar sobre temas relacionados ao mês de conscientização sobre o autismo. Abril é o mês de conscientização em relação ao Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Márcia destacou o trabalho diário da AMA pela defesa dos direitos dos autistas em Brusque e região. Para além disso, a presidente falou sobre os desafios dos autistas no dia a dia.
De acordo com estatísticas apresentadas por Márcia, uma em cada 36 crianças são autistas no Brasil. Além disso, ela destaca que, por causa da falta de inclusão, eles acabam sendo dez vezes mais propensos a cometer suicídio.
A presidente ainda lamentou a falta de oportunidades e condições para trabalhar e estudo. Além disso, Márcia relatou o preconceito, bullying, capacitismo, agressão e exclusão sofrido pelos autistas diariamente.
“Não proporcionar ao autista o que ele precisa é ainda mais caro para a sociedade. Inclusão não é favor, é direito. Autista nenhum vive em seu mundinho. Só precisa de ajuda para participar do mundo que deveria ser de todos”.
Ela ainda agradeceu aos vereadores pelo apoio nas pautas, citando principalmente a decisão proibindo fogos de artifício com barulho no município. “Esta é uma forma de sermos incluídos. Só o fato de sermos levados em consideração já é uma grande vitória”.
Quem também falou durante a sessão foi a adolescente Julia Erbs, de 13 anos, aluna da rede municipal que faz palestras sobre o assunto. Ela ainda destacou a importância do atendimento de psicólogos e da realização de terapias para os autistas.
“As escolas não estão preparadas para lidar com essas pessoas. É importante os profissionais de educação saberem lidar conosco. Quando eu não tinha laudo, era muito difícil para mim. Depois, me desenvolvi muito melhor”.