Presidente da Facisc, Jonny Zulauf, fala sobre os projetos da entidade
Meta é garantir ambiente propício para o desenvolvimento dos negócios em Santa Catarina
Meta é garantir ambiente propício para o desenvolvimento dos negócios em Santa Catarina
Após participar de encontro com representantes empresariais de Santa Catarina, nos dias 14 e 15, em Florianópolis, o presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), Jonny Zulauf, conversou sobre temas que preocupam a classe empresarial e sobre outros que já estão sendo tratados pela entidade.
Segundo Zulauf, é hora de buscar alternativas para garantir melhorias no ambiente de negócios das associações empresariais. Ele destaca que a entidade tem conversado com profissionais de todas as regiões catarinenses, abordando temas relacionados ao desenvolvimento e sugerindo alternativas para driblar as dificuldades, muitas delas impostas pela burocracia e pelo governo.
No entendimento da Facisc, o momento ainda é delicado. Parte das empresas trabalha pela recuperação econômica e retomada do crescimento, o que exige atitude no sentido de planejar e direcionar os investimentos. Estratégias comerciais, economia e marketing digital têm sido eixos principais destacados nas convenções em busca das soluções.
Com expectativas de retomada mais forte no mercado consumidor e a consequente retomada de crédito ainda no primeiro semestre, empresários apostam em investimentos na preparação de profissionais que atuam especialmente no atendimento ao cliente. Para a Facisc, a manutenção das carteiras de clientes é um foco necessário visando a ampliação e sucesso dos negócios.
Carga tributária
Representantes das associações empresariais espalhadas pelo Estado têm uma preocupação unânime, que é a exagerada carga tributária. O pesado fardo de impostos tem deixado muitas empresas em situação delicada. O empresariado acredita que somente uma atitude mais pontual dos governos poderá amenizar a situação de sofrimento em alguns setores.
Zulauf não economiza nas críticas quando se refere ao governo. Em seu entendimento, os governos, tanto estadual quanto federal, falam publicamente sobre não querer aumentar impostos, mas sobrecarregam as empresas por meio da criação de taxas e mecanismos que vêm elevando os encargos à indústria, ao comércio e à prestação de serviços.
“Vou apresentar pessoalmente na Assembleia Legislativa uma denúncia quanto aos abusos vorazes que o governo do estado tem praticado com a elevação da carga tributária. O Estado é perdulário e voraz. Ele acha espaços para aumentar os custos para a sociedade. A situação está no seu extremo. A solução não é baixar alíquota, mas diminuir o custo no Estado. Temos empresários em situação delicada. Eles não querem sonegar, mas não conseguem mais pagar seus impostos. Presenciamos uma estrutura no país em termos de burocracia e encargos que prejudica a sociedade e os projetos de desenvolvimento”, afirma.
Projeto Voz Única
Sobre um trabalho mais próximo entre as entidades de Santa Catarina, representando diferentes setores, a intenção é seguir o trabalho de aproximação entre elas. Pensando nisso, a Facisc tem trabalhado ao longo dos últimos dez anos no Projeto Voz Única, tendo por objetivo unificar a classe empresarial em torno das questões e bandeiras em favor do desenvolvimento econômico de Santa Catarina.
O objetivo do projeto é levantar as reais necessidades e os entraves ao desenvolvimento econômico do Estado sob a ótica empresarial, para subsidiar os planos de ação dos governantes. Jonny Zulauf explica que as informações levantadas serão publicadas em uma cartilha que será apresentada e discutida com os políticos municipais, estaduais e federais.
“Isso passa pelas reivindicações consideradas pequenas, de cidades menores, chegando até os pedidos de municípios com maior repercussão em Santa Catarina. Brevemente estaremos lançando essa cartilha para conhecimento público”, informa, ressaltando que no documento devem constar reivindicações dos pequenos, médios e grandes empresários da comunidade regional e local.
Custo e burocracia
Jonny, ainda no embalo das críticas, destaca que o governo estadual é, na atualidade, um dos grandes entraves em termos de benefícios para as empresas. Em seu entendimento, de um lado o governo é quase um inimigo que vem criando adversidades, em especial nos custos e na burocracia.
A contrapartida em termos de infraestrutura, no que diz respeito à necessidade empresarial, é relapsa. “Uma situação vergonhosa! Todas as regiões do Estado elaboraram uma lista de pedidos. Temos necessidades pontuais que variam desde estrutura de acesso, comunicação, chegando até a situação dos portos. Um exemplo, nesse momento, é a crise que estamos passando com a situação do milho no Oeste. Tudo muito difícil. Indicações claras de questões urgentes que justificam nossos discursos. A federação é o eco do grito, do anseio de toda sociedade”, destaca.
Sustentação
O presidente destaca a existência de uma mobilização visando tornar as associações empresariais cada vez mais independentes das arrecadações por meio de mensalidades. Segundo Zulauf, nos últimos anos a Facisc conseguiu agregar soluções empresariais de forma que a sobrevivência ocorre por meio de recursos essencialmente privados. Apenas 10% da receita tem origem nas mensalidades.
“A estrutura da Federação e das associações conta com profissionais contratados, mas os cargos de diretoria são ocupados por pessoas que têm noção do que é voluntariado e que visam valorização e desenvolvimento da comunidade”, disse, enfatizando não existir dependência de recursos governamentais em qualquer que seja a entidade.
Atualmente a Facisc conta com 146 associações distribuídas pelo Estado e com instalações ativas. “Isso representa em torno de 35 mil empresas filiadas. Somos uma organização grande no Estado, com intenção e dever de contribuir para o crescimento e atingindo satisfatórios resultados empresariais”, acrescenta.
Trabalho em parceria
Numa análise mais ampla das entidades representativas de classes em Santa Catarina, o presidente destaca que, quase em sua totalidade, as entidades estão num caminho bem traçado e com um trabalho sério liderado por seus presidentes e respectivas diretorias. Citou contatos que vêm mantendo com outras Federações, como a do Comércio e a das Indústrias de Santa Catarina.
“Precisamos seguir unidos para que os ganhos sejam coletivos. A relação da Facisc com entidades como a Fecomércio e a Fiesc tem sido cada vez melhor. Outras entidades atuam de forma pontual e não estão dissociadas. Profissionais que representam as instituições no Estado têm o mesmo objetivo: garantir o desenvolvimento empresarial e industrial em Santa Catarina”, disse.
Reforma previdenciária
A entidade se posicionou favorável à aprovação, após ouvir amplamente as propostas apresentadas pelo governo. “As reformas têm nosso ostensivo, claro e objetivo apoio. Fizemos uma movimentação a favor da reforma previdenciária, mas fomos traídos”, comenta, lamentando que o próprio governo não teve efetividade e clareza no momento de discutir a votação e aprovação do documento.
Para o ano político
Zulauf, ao ser indagado sobre o ano eleitoral e o desejo de algumas associações de que a Facisc encabece campanhas por voto consciente, destaca que a entidade não tem intenção de apontar nomes ou regionalização de votos. Analisa ser importante orientar o eleitor para que observe os exemplos dos candidatos, a performance de honestidade e comprometimento dele com o povo do seu Estado. “Precisamos de pessoas honestas e imbuídas do espírito de trabalho em prol das melhorias tão necessárias no Estado e no país”, pontuou.
A Facisc
Com mais de 45 anos de atuação, a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) é o maior sistema empresarial voluntário do Estado pela sua capilaridade de atuação e pela diversidade de setores que representa através do associativismo, como por exemplo, a indústria, o comércio, a prestação de serviços, o agronegócio, os profissionais liberais, o turismo e diversos outros. Dentro deste universo de segmentos, a Facisc reúne mais de 34 mil empresas distribuídas em toda Santa Catarina, por intermédio de suas 146 Associações Empresariais.