Presidente da Fetiesc vem a Brusque discutir a reforma trabalhista
Federação fará levantamento estadual e lançará agenda para combater as mudanças
Federação fará levantamento estadual e lançará agenda para combater as mudanças
O presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fetiesc), Idemar Antonio Martini, defende a cobrança da contribuição sindical mediante aprovação por assembleia. Ele argumenta que as reuniões são soberanas para decidir benefícios, então têm o mesmo poder quando se trata do desconto.
Martini esteve em Brusque na sexta-feira, 23. Ele participou de um encontro com sindicalistas do município para tratar da reforma trabalhista e também para fazer um levantamento da situação da classe na região.
Embora não seja o único ponto de contestação, a cobrança do imposto sindical domina as conversas e a atenção do movimento catarinense. Para o presidente da Fetiesc, o que mudou foi apenas a forma de autorização.
“É uma grande mentira, porque a contribuição sindical é um imposto. Não se pode deixar de pagar imposto, a não ser que seja extinto, e não foi coisíssima nenhuma. Falei para a Fiesc, como vai orientar a não pagar? Entra com uma ação, como a empresa vai pagar?”, afirma Martini.
Assim como vários sindicatos de Brusque, ele defende que a assembleia tem poder para decidir pelo desconto. Martini exemplifica que numa categoria com 20 mil trabalhadores, cerca de 100 vão às reuniões. Apesar do número reduzido, o benefício é geral.
Martini considera que as empresas são apenas repassadoras do imposto sindical. Segundo ele, não existe razão na negativa de escritórios de contabilidade e companhias em descontar quando são notificadas pelo sindicato laboral.
“Se aprovado, a empresa tem obrigação de cumprir. Se não fizer, problema é dela. A opinião da Fetiesc é que se execute [judicialmente]”, afirma.
Contraposição
A Fetiesc está percorrendo o estado para diagnosticar qual é o cenário após a reforma trabalhista. Segundo Martini, os dados serão analisados, compilados e apresentados numa grande concentração a ser realizada nos dias 3 e 4 de maio, em Itapema.
A federação organizará uma agenda para contrapor e se adaptar à reforma trabalhista. A entidade não descarta abrir uma série de ações coletivas na Justiça, se necessário.
Reforma trabalhista
Para o presidente da Fetiesc, a reforma trabalhista “aniquilou 117 artigos da CLT” sem discussão com a sociedade. O sindicalista classifica a nova legislação trabalhista como um desmonte.
O coordenador do Fórum Sindical de Brusque, Jean Carlo Dalmolin, diz que a intenção dos sindicatos é informar a população sobre os efeitos da reforma. As entidades locais também têm discutido o que fazer.
Dalmolin participou do encontro junto com representantes de alguns sindicatos, dentre eles o dos Trabalhadores Têxteis (Sinfrafite) e o dos Trabalhadores do Vestuário (Sindivest), dois dos maiores.