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Presidente do Comusa avalia qualidade da Saúde de Brusque em 2019

Júlio Gevaerd afirma que houve melhora na prestação dos serviços no ano passado

A gestão da saúde pública no município melhorou em 2019, na visão do presidente do Conselho Municipal de Saúde de Brusque (Comusa), Júlio Gevaerd, que, em entrevista ao jornal O Município, fez um balanço do setor em 2019. “De forma geral, a saúde pública está muito boa”, reforça.

A principal melhora, segundo o presidente do conselho, se deu na distribuição de medicamentos, até então o maior problema da gestão. De acordo com Gevaerd, os profissionais do setor receberam capacitação. “O resultado foi muito positivo”, diz. 

Um ponto, que para Gevaerd está melhorando aos poucos, mas precisa ser implementado de forma mais efetiva no município, é o acesso às Práticas Integrativas e Complementares (PICS), que englobam tratamento terapêuticos como acupuntura, aromaterapia, yoga, entre outros.

A falta de um pneumologista é apontada como uma das principais carências saúde brusquense. 

“Vários casos de pessoas precisando urgentemente do especialista e que precisam ser encaminhadas para Blumenau ou Florianópolis. Temos muitos idosos nesta condição, que já possuem saúde bastante debilitada e precisam se deslocar por não ter atendimento aqui”, afirma Gevaerd.

No final de outubro, o Conselho enviou uma resolução para a prefeitura cobrando a contratação do profissional. O município chegou a abrir processo seletivo para a especialidade no primeiro semestre, mas não teve inscritos.

Próximas metas

Neste ano, um dos focos do Comusa, segundo o presidente, será a uniformização do atendimento à população e a distribuição de senhas. Gevaerd afirma que, hoje, a forma de atendimento de cada posto é determinado por sua equipe. 

“Em uma unidade as pessoas chegam na noite anterior na fila para garantir a senha. Isso é inadmissível”.

A alegação é que se está sendo respeitada a cultura de cada localidade, mas o presidente discorda e defende que seja padronizado em todo município. “Tem que ser bom para a comunidade e não para a unidade ou para o município”. 

Críticas à lei municipal

Segundo Gevaerd, um dos dados que chamou a atenção do Conselho ao longo do ano foi o aumento nos casos de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DTSs) e Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), principalmente a sífilis. Segundo dados do Ministério da Saúde, Brusque registrou 132 casos da doenças apenas no primeiro semestre do ano passado.

Para o presidente do Comusa, é necessário trabalhar melhorar a prevenção com a população em geral, mas em especial, com os estudantes. Porém, ele entender que a lei municipal nº 4.071/2017, chamada de Criança sem Pornografia, atrapalha o trabalho.

“Nosso maior impeditivo é a lei que impede que médicos, enfermeiros e professores discutam saúde sexual em sala de aula. Você tem preservativos nos postos de saúde, a disposição da população, mas não pode levar para uma palestra em sala de aula. Isso não é pornografia, é saúde”, crítica.

Ele alega que há infecção de HPV em jovens entre 9 e 11 anos, além de gravidez precoce para argumentar contra a falta de espaço para o assunto nas escolas. 

O Comusa enviou ofício à prefeitura em agosto questionando a lei e também representou junto ao Ministério Público que fez questionamentos ao município. No final de agosto, o prefeito Jonas Paegle criou por decreto uma comissão para discutir a aplicação do texto da lei. O grupo é formado por três servidores, entre eles, a secretária de Educação Eliani Buemo.

Em entrevista a O Município em outubro, o autor do projeto de lei, Paulo Sestrem, defendeu a legislação.