Presidente do Sindicato dos Bancários de Brusque comenta reestruturação do Banco do Brasil
A princípio, atendimento ao público nas agências da região não serão afetados
A princípio, atendimento ao público nas agências da região não serão afetados
A reestruturação no Banco do Brasil anunciada pela direção na semana passada não vai afetar o atendimento ao público em Brusque. O presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Brusque e região (Seeb/Brusque), Joel Soares Bueno, diz que até o momento não há informação de que alguma agência será fechada.
Além de Brusque, o Seeb abrange os municípios de Botuverá, Canelinha, Guabiruba, Leoberto Leal, Major Gercino, Nova Trento, São João Batista e Tijucas.
Apesar de não ter mudanças no atendimento ao público, Bueno afirma que haverá prejuízos aos funcionários que atuam no caixa das agências porque a função passará a ser de escriturário, e não mais de caixa executivo efetivo. “Com certeza vai ser prejudicial aos funcionários. Vai haver redução de salários”.
O presidente do Seeb explica que essa mudança altera uma gratificação recebida por quem atua neste cargo.
Bueno diz que a reestruturação é para fins de cortar gastos. De acordo com o próprio banco, “a economia líquida anual estimada com despesas administrativas gerada por estes movimentos é de R$ 353 milhões em 2021 e R$ 2,7 bilhões até 2025”.
“Estamos numa época de pandemia e resolvem tomar uma atitude dessas. Os bancários se expuseram a riscos para atender a população e agora querem fazer uma reestruturação desse tamanho. É um despropósito”, comenta Bueno.
A justificativa do Banco do Brasil para a reestruturação, segundo consta no informativo, é a “adequação ao novo perfil e comportamento dos clientes”.
O presidente do Seeb diz que as entidades continuam em diálogo com o banco e se inteirando dos prejuízos causados à classe trabalhadora pela reestruturação.
Há cerca de dez dias, a comissão da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec) se reuniu com a representação do Banco do Brasil para negociar uma forma de minimizar os danos.
O representante de Santa Catarina na Mesa de Negociações Salariais, Luiz Francisco Cardoso, divulgou em informe que a comissão frisou que não aceita a mudança de nomenclatura e que vai lutar para coibir a retirada da gratificação.
“Esses colegas já pautaram suas vidas financeiras com base na atual remuneração e não podem, de uma hora para outra, se verem em dificuldades financeiras, só porque o Banco quer reduzir despesas, mesmo que para tanto, tenha que desrespeitar o direito de não redução salarial, previsto em nossa Constituição cidadã”.
A reestruturação anunciada pelo banco nesta segunda-feira, 11, deve ocorrer durante o primeiro semestre de 2021.
A intenção, segundo a direção do banco, é proporcionar “ganhos de eficiência e otimização em 870 pontos de atendimento do país”.
O plano compreende a desativação de 361 unidades, sendo 112 agências, sete escritórios e 242 pontos de atendimento (PA). Outras 243 agências serão convertidas em pontos de atendimento e oito PA serão transformados em agências.
O Banco do Brasil ainda pretende transformar 145 unidades de negócios em Lojas BB, sem a oferta de guichês de caixa, com foco em assessoria e relacionamento.
Em Blumenau, uma agência no bairro Vila Itoupava será fechada e os clientes serão redirecionados para outras unidades da cidade.