Presidente do Sintrafite rebate afirmações de Luciano Hang sobre imóvel da Schlösser
Aníbal Boettger afirma que todo o trâmite da venda do imóvel foi feito dentro da legalidade
Aníbal Boettger afirma que todo o trâmite da venda do imóvel foi feito dentro da legalidade
Em coletiva realizada nesta quinta-feira, 28, na sede do Sintrafite, para anunciar a suspensão da venda do imóvel da Cia Industrial Schlösser para a GBA Têxtil, o presidente do sindicato, e um dos administradores do bem, Aníbal Boettger, rebateu as afirmações de Luciano Hang sobre a ilegalidade do negócio.
“Não tem amadorismo, não tem nenhum administrador que dá golpe e promove emboscada. Tudo foi feito de forma transparente”, diz.
Boettger afirma que ao longo dos anos, vários corretores tentaram vender o imóvel que pertence aos ex-trabalhadores da fábrica e, entre eles, Rogério Valle, corretor que representa a Havan. De acordo com ele, a Havan fez diversas propostas pelo imóvel, mas com valores muito abaixo do avaliado pelo mercado, sob justificativa de que não valia os R$ 8 milhões. “Eu sempre disse que só levaria para a reunião com os trabalhadores, que são os legítimos proprietários, quando tivesse uma proposta decente”.
Boettger diz que a primeira proposta formalizada pela Havan foi em março de 2018, quando ofereceu cerca de R$ 6 milhões, sendo entrada de R$ 500 mil, mais R$ 100 mil pagos em 55 meses. “Mais uma vez falamos que estava aquém do valor do imóvel e que a proposta poderia ser melhorada. Eles continuaram nos procurando, dizendo que estava acima do valor. Como o sufoco das famílias foi em 2010, no fechamento da fábrica, ficou acertado que só levaríamos para discussão uma proposta boa”.
Após o episódio de 2018, Boettger afirma que em dezembro do ano passado o corretor da Havan fez uma nova proposta pelo imóvel: R$ 7 milhões. “A diferença já não era tão grande do valor de mercado, então pedi que fosse formalizada a proposta. Depois disso, analisaríamos e chamaríamos os trabalhadores para discutir”.
O administrador disse que foi convidado para uma reunião no Centro Administrativo da Havan para falar sobre a proposta, e lá informou Nilton Hang, diretor de expansão da rede, de que era importante a participação de um representante com autonomia na reunião, porque os trabalhadores poderiam fazer uma contraproposta.
Segundo ele, a proposta da Havan foi formalizada no dia 17 de dezembro de 2020, via e-mail. A assembleia com os trabalhadores foi marcada para 17 de janeiro. “Após o retorno das férias, reforçamos o convite ao Nilton para a assembleia, via-email, reforçando a importância da presença dele, porque haveria deliberação”.
Boettger diz ainda que na sexta-feira, 15, o outro administrador dos imóveis, Valdirio Vanolli, recebeu uma nova proposta, com um valor maior do que o oferecido pela Havan. “Pedimos para formalizarem a proposta, o que ocorreu no domingo de manhã porque foi preciso pegar assinaturas dos proprietários em Balneário Camboriú. Como a proposta era boa, decidimos que seria apresentada aos 203 trabalhadores que estavam na reunião”.
Boettger diz que levou a situação a Nilton Hang, mas ele recusou fazer uma nova oferta. “Insistimos, e ele disse que não, que poderia vender e saiu. Não tem como os proprietários não aceitarem uma proposta melhor e foi respeitada a decisão da assembleia”.
Boettger classificou a coletiva de imprensa dada por Luciano Hang na terça-feira como um “teatro” e reiterou que tudo foi feito “dentro da legalidade”.
“O que aconteceu é que ele não admitiu que a proposta da GBA foi superior a dele e armou todo esse teatro para judicializar e prejudicar as famílias. Agora com a suspensão da venda, espero que ele honre com o que disse para a imprensa e faça uma boa proposta pelo imóvel”.
Ainda na coletiva desta quinta-feira, Boettger explicou que o imóvel não é administrado pelos sindicatos – Sintrafite e Sindmestre – mas por uma administradora de bens pessoa jurídica formada por ele e por Vanolli. “Desta forma, podemos vender o bem de maneira livre, sem grandes regras para serem cumpridas”.
Em entrevista ao jornal O Município, o empresário Luciano Hang afirma que “o sindicato deu a versão deles, nós demos a nossa. Nada mais justo”.
O proprietário da Havan comemorou a suspensão da venda anunciada nesta tarde. “Fico feliz que tomaram a decisão certa. O que eu quero é que os colaboradores tenham a melhor proposta de pagamento, com as melhores condições e transparência. O maior beneficiado tem que ser os trabalhadores. Quero até parabenizar o sindicato pela decisão”.
Questionado se pretende fazer uma nova proposta pelo imóvel, Hang revelou que propôs na quarta-feira, 27, R$ 7,5 milhões com pagamento à vista. Se a compra do imóvel for concretizada para a Havan, o empresário diz que o local receberá investimentos para se transformar em um local de geração de empregos para a cidade.