Presidentes de partidos em Brusque avaliam futuro após ficarem sem representação no Congresso
Seis partidos não atingiram cláusula de barreira; dois anunciaram incorporação
Seis partidos não atingiram cláusula de barreira; dois anunciaram incorporação
Após as eleições, seis partidos não atingiram a chamada cláusula de barreira e ficaram sem representação no Congresso. São eles: Novo, Patriota, Pros, PSC, PTB e Solidariedade. Em nível nacional, a possibilidade de fusão entre os partidos já é considerada.
Apesar de não ter cumprido a cláusula de barreira em um primeiro momento, o Solidariedade “absorveu” o Pros após os partidos anunciarem incorporação. Sendo assim, todos os filiados do Pros, legenda que deixa de existir, passam a ser do Solidariedade, incluindo os deputados eleitos. Agora, a legenda cumpre a cláusula de barreira.
A cláusula de barreira impede a atuação parlamentar de um partido que não atinge um número mínimo de parlamentares eleitos. Além disso, as legendas perdem o direito de receber o fundo partidário e de participarem de programas eleitorais nas eleições seguintes.
As exigências para atingir a cláusula de barreira ficam mais rigorosas ao longo dos anos. Além dos seis partidos que elegeram deputados, mas não o número suficientes para ter representação no Congresso, estão outras nove legendas, estas que não conseguiram eleger sequer um representante.
Sendo assim, considera-se que os partidos Agir, DC, PCB, PCO, PMB, PMN, PRTB, PSTU e UP também não atingiram a cláusula de barreira. Os presidentes dos seis partidos de Brusque comentam os rumos dos diretórios municipais após a cláusula de barreira não ter sido atingida e, no caso do Solidariedade e do Pros, após a incorporação.
O líder do núcleo de filiados do Novo de Brusque, André Luiz Zen, afirma que o partido ainda avalia o que será feito. Entretanto, André não acredita que o Novo deve se juntar a outro partido no futuro, mas ressalta que tudo está sendo analisado. A bancada do Novo teve redução de oito para três deputados federais.
“Essa polarização praticamente ‘matou’ todos os outros [partidos], principalmente os menores. Temos feito algumas reuniões sobre o futuro do Novo, que continua com seu propósito e princípios. Acredito que muitos aprendizados foram adquiridos e seguimos com essas conversas”, diz.
O único deputado federal catarinense do partido é Gilson Marques (Novo-SC), de Pomerode, que foi reeleito ao cargo. Em nível de estado, Matheus Cadorin (Novo-SC) foi eleito deputado estadual e será o único membro da bancada do Novo em 2023. Yordan Gums (Novo) foi o candidato do partido em Brusque a deputado estadual, mas não se elegeu.
Os partidos Pros e Solidariedade anunciaram incorporação entre as siglas nesta segunda-feira, 17. Na ocasião, o Pros agora passa a ser Solidariedade. A bancada do partido passa a ter oito deputados federais. O presidente do Pros de Brusque, Waldir da Silva Neto, comentou a decisão.
“Aguardo contato do Solidariedade local, para que possamos conversar. Por que não montar uma chapa mesclada entre os membros dos então dois partidos [nas eleições de 2024]? Estamos aqui para somar, visto que, com essa incorporação, os filiados ao Pros já estão como filiados ao Solidariedade”, diz.
Neto afirma que o foco será na eleição municipal. Apesar da confirmação nacional da incorporação, o presidente do Pros cogita mudar de partido em caso de dificuldades de composição para a próxima disputa eleitoral.
Nomes do Pros, então, passam a ser filiados ao Solidariedade, como o caso da médica e ex-candidata a deputada federal Nise Yamaguchi (então Pros-SP) e do deputado federal eleito por São Paulo Pablo Marçal (então Pros-SP), que ganhou projeção recentemente quando oficializou candidatura a presidente do Brasil, retirada posteriormente.
O presidente do Solidariedade de Santa Catarina, Osvaldo Mafra, afirma que a legenda vai cumprir algumas diretrizes do processo de incorporação nos próximos dias e, até meados de novembro, será verificado como vai ficar a situação do partido no estado. O foco neste momento, segundo Mafra, é buscar mais pessoas que possam se filiar ao partido.
“O Solidariedade agora tem a cláusula de barreira cumprida com a incorporação. O partido é o Solidariedade e o número é 77, não muda nada. Estaremos, sim, brigando dentro do Congresso. Vamos tentar rever todos os posicionamentos que tivemos em Santa Catarina e fazer um partido maior do que em 2022”, comenta.
De acordo com a imprensa nacional, os partidos Patriota, PSC e PTB também avaliam a possibilidade de fusão. Em Brusque, o Patriota é comandado por Marcos Deichmann e o PSC é dirigido por Jhonny Sousa. Atualmente, não há presidente do PTB local, pois Jones Bosio deixou o partido.
Falando pelo PSC, Jhonny comentou o não cumprimento da cláusula de barreira pelo partido. No entanto, ele afirma que é necessário ter cautela para avaliar o cenário após o término definitivo das eleições de 2022. A legenda lançou Laila Graf (PSC) como candidata a deputada estadual. Ela não conseguiu se eleger ao cargo.
“Tudo é estudado. É necessário tomar as decisões com calma e analisar o cenário daqui para frente, até porque as eleições ainda não terminaram”, diz Jhonny. Ele afirma que o foco do PSC de Brusque será as eleições municipais de 2024 e afirma que o número de filiados aumenta a cada mês na cidade.
O presidente estadual do PTB, Kennedy Nunes, avaliou a situação do partido em Santa Catarina após não atingir a cláusula de barreira e comentou a situação do diretório do PTB de Brusque após a saída de Jones Bosio. A legenda lançou Marise Tormena (PTB), de Botuverá, como candidata a deputada federal. Ela não conseguiu se eleger.
“Estamos esperando a decisão da [diretoria] nacional. No momento, ainda não foi repassado uma orientação. Estamos focados na reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Nos próximos dias, devemos ter alguma orientação do PTB nacional sobre este assunto”, afirma.
Ele diz que o partido em Brusque deve ser dirigido pelo grupo do deputado eleito Egídio Ferrari (PTB-SC), que é delegado na cidade e foi o único nome da legenda a conseguir uma cadeira na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), substituindo o presidente da sigla na assembleia em 2023.
“Com a saída do Jones, a ideia é conversarmos com o pessoal ligado ao deputado estadual eleito Egídio Ferrari para assumir o partido. Com certeza, quem vai liderar o movimento na região é o Egídio”, comenta Kennedy.
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