Estamos sempre com pressa. Na maior parte do tempo. Mandamos mensagens sem ao menos ler direito o que foi escrito, vamos de carro porque é mais rápido, nos alimentamos ligeiramente enquanto percorremos o feed do Facebook. Semeamos likes sem  importar com o que vamos colher.

Um beijo de despedida nunca foi tão rápido, aquele abraço então, dura menos que aquele anúncio chato do Youtube. Vivenciamos uma geração na qual uma conversa entre vizinhos sentados na varanda se tornou uma joia rara em meio a almas tão vazias e apressadas.

Por que corremos tanto? Corremos porque temos medo de se atrasar para aquele compromisso que as vezes nem sequer existe, corremos porque nossos celulares apitam o tempo todo de todas as formas, implorando por atenção instantânea, corremos porque vivemos em um mundo que não para, apesar de não sair do lugar.

Ler toma tempo, ver aquela série até o final toma tempo, esperar o café esfriar para não queimar a língua toma tempo, ir ao parque sentir a essência da natureza toma tempo. Sendo assim, vivenciamos praticamente um papel em chamas. As situações vão queimando de tal forma que mal podemos impedir e, quando menos esperarmos, só restam as lembranças em forma de cinzas.

Entenda: somos nós que definimos a intensidade em que desejamos viver. Cabe a você escolher entre apreciar a vista da janela de sua casa ou viver em um carro a 150km/h sem freio.

 

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Julia Ruzinsky – 18 anos – Publicidade e Propaganda – Univali