Prestes a serem extintas, ADRs são o símbolo máximo do desperdício do dinheiro público
Epitáfio Se fosse possível, o decreto, a ser publicado nos próximos dias, oficializando o fim das famigeradas Agências de Desenvolvimento Regional (ADRs), deveria acrescentar uma epitáfio, no estilo que se escreve sobre pedras em túmulos: “Aqui jaz, sem deixar saudades, um cabide de empregos e um símbolo máximo de desperdício do dinheiro do contribuinte catarinense. […]
Epitáfio
Se fosse possível, o decreto, a ser publicado nos próximos dias, oficializando o fim das famigeradas Agências de Desenvolvimento Regional (ADRs), deveria acrescentar uma epitáfio, no estilo que se escreve sobre pedras em túmulos: “Aqui jaz, sem deixar saudades, um cabide de empregos e um símbolo máximo de desperdício do dinheiro do contribuinte catarinense. Descanse em paz eterna”. Nesse capricho do então governador Luiz Henrique da Silveira – era uma boa ideia, mas viciada desde o início – se foram, em média, em valores atualizados, R$ 600 milhões por ano. Resultados práticos? Nem o governo sabe avaliar ou quantificar.
Zombaria
A imprensa de Tubarão, principalmente a impressa, começa a se preocupar com a marca “República de Tubarão” que está sendo cunhada em referência ao novo governo estadual, tantos são os representantes da cidade sulina no primeiro escalão. Há quem ache que a referência tem tom jocoso. Não, não é bem assim, ainda. Mas se a gestão de Carlos Moisés desandar…
Enxugamento
O atilado analista político Adelor Lessa registra que, em Içara, foi arquivado – mas pode voltar à pauta neste ano – importante projeto que reduz o número de vereadores no município, uma proposta que certamente teria imenso apoio popular se fosse copiada nos demais de SC, onde seus legislativos, exceções à parte, são vistos como exemplos de completa inutilidade, quando não um antro de corrupção e o mais perfeito cabide de empregos. A propósito: quando vai surgir uma lei eliminando o salário de vereadores?
Aliado (1)
Deve dar o que falar a ida do senador Paulo Bauer (PSDB-SC) para o governo Jair Bolsonaro como articulador do Palácio do Planalto no Congresso Nacional. Consta que o presidente nacional dos tucanos, o ex-governador Geraldo Alckmin, crítico de Bolsonaro, está com um caroço na garganta.
Aliado (2)
Aparentemente nem aí para as vaidades tucanas – aliás, uma das marcas históricas do partido, além do murismo -, o ex-líder do PSDB no Senado declarou que está disposto a trabalhar para que o governo “dê certo”. Afirmou ao jornal “O Globo”: “Eu disse ao Onyx (ministro da Casa Civil) que não tenho nenhuma dificuldade, que quero que o governo dê certo e que ele pode contar comigo”.
Volta
Ainda se recuperando de profunda depressão, que quase o levou ao suicídio, se não fosse providencial e permanente atenção médica e da família, o ex-deputado e ex-secretário estadual Gilmar Knaesel, auditor fiscal de carreira da Receita Estadual, está de volta à ativa. Através de portaria do secretário da Fazenda, Paulo Eli, foi designado para exercer suas atividades na 1ª Gerência Regional da Fazenda Estadual de Florianópolis. Renovado, sim, mas ainda triste e magoado por saber que há quase quatro anos é investigado, com mais de 70 pessoas ouvidas sobre suposto desvio envolvendo seis ONGs de Biguaçu e São José, e não haver nada que o incrimine.
Maconha
Se queria polemizar – e aparecer, em todos os sentidos -, o presidente do Instituto Mundial de Skate, André Barros, pai do principal skatista do Brasil, o florianopolitano Pedro Barros, vai conseguir com o que afirmou ontem em extensa reportagem na “Folha de S. Paulo”. Ele defende o uso de maconha por atletas. Não por dar vantagem competitiva, mas para que tenha uso medicinal.
Tensão
As diferenças entre os deputados estaduais e federais eleitos pelo PSL em SC têm se manifestado de forma tão drástica e crescente que as lideranças nacionais do partido devem vir ao estado tentar apaziguar os ânimos. Uma pena, porque milhões de eleitores, especialmente os jovens, apostaram no partido por propor uma nova forma de fazer política. Jovens que começam a se desencantar.
O pacificador
O PSL de SC busca a paz entre seus pares. E quem vai tentar restabelecê-la é o vice-presidente nacional da legenda, Antônio de Rueda, que visitará o estado nesta semana. Como se sabe, três dos quatro deputados federais eleitos querem Lucas Esmeraldino fora, totalmente, do comando estadual.
Inversão
Foi a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que pediu explicações ao governo de SC sobre a situação das obras de acesso ao Aeroporto Internacional Hercílio Luz, de Florianópolis. Não diz publicamente, mas a intenção é evitar um absurdo: que o terminal aeroportuário, concedido a uma empresa suíça, esteja pronto antes da conclusão das obras que dependem do poder público, como a burocracia das licenças ambientais, desapropriações e a construção de pistas.
Voz de Deus
Vice-presidente da CNBB e cardeal de Salvador, o brusquense dom Murilo Krieger, publicou artigo sobre a posse de armas no Brasil, cuja flexibilização parece uma compulsão de Jair Bolsonaro. O prelado fica em cima do muro, com prós e contras, e acerta na mosca ao dizer que esse não é um tema tão urgente para se debater agora.
Guerra às drogas
A realização de testes rápidos toxicológicos, já feitos em Itajaí e que nas próximas semanas começarão as ser operados por policiais em pequenas apreensões de drogas em outras cidades do Estado, ganhou tanta notoriedade, em poucas horas, que o TJ-SC recebeu convite para que o apresente o projeto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pioneira iniciativa catarinense tem tudo para ser nacionalizada. Além do baixo custo, permitirá que 40% das perícias feitas hoje deixem de ser realizadas. Um dos maiores entusiastas do projeto é o governador Carlos Moisés.
Sol e mar (1)
Se nenhum desses ecologistas de bar e passeata inventar que o planeta Sol sofrerá consequências, será viabilizado um dos primeiros empreendimentos brasileiros a usar unicamente a energia térmica solar para produzir energia. O investimento, de R$ 16,5 milhões, é da Eletrosul e ficará na localidade de Caputera, em Laguna. A licença ambiental do Instituto do Meio Ambiente de SC acaba de ser expedida. A usina termossolar utilizará concentradores cilindro-parabólicos, com espelhos curvados, formando estruturas parecidas com calhas. Ficarão suspensas por torres e se movimentam a partir de um mecanismo de rotação que faz com que os espelhos acompanhem a trajetória solar.
Sol e mar (2)
É sempre bom lembrar da infelicidade dos lagunenses quanto a novos investimentos no município. Vários já foram projetados – de usinas eólicas e criação de camarões em cativeiro, por exemplo – e na hora agá algo se interpôs, quase sempre na área ambiental. Tanto que na cidade algumas pessoas tiram sarro dizendo que a maior vocação municipal é vender vento engarrafado.
Caricatura
Lido, alhures, ontem, uma percepção de muita gente que já foi do Partido dos Trabalhadores: sua presidente nacional, a senadora e futura deputada federal Gleisi Hoffmann, tornou-se uma caricatura dos equívocos da legenda. Sua ida à Venezuela para representar o partido na posse do ditador Nicolás Maduro, e o discurso que fez para justificar sua presença, demonstram o completo desligamento com a realidade.
Memória
O catarinense de Joaçaba Rogério Sganzerla, qualificado como o cineasta “maldito” por trás de sua obra-prima, o clássico “O Bandido da Luz Vermelha”, teve os 15 anos de sua prematura morte (9 de janeiro de 2004) remorados ontem por extensa reportagem em “O Globo”. O interessante é que seu último filme, “O signo do caos”, ainda permanece inédito no circuito comercial. Morreu dizendo uma frase que se tornou célebre: “Todo mundo me elogia, mas ninguém me deixa filmar”.
Prato feito
O site da Agência Brasil abriu manchete durante boa parte do dia, ontem, para pesquisa realizada no Brasil e em vários países revelando que o nosso prato feito – arroz, feijão, carne e salada – é 33% mais calórico que o fast-food. Pior mesmo é quando a salada tem a companhia de carboidratos, sejam eles batata, aipim, massas, farofa, ovos e queijo, tudo junto e misturado.
Pacificação social
O TRT-SC recebeu pela primeira vez em sua história o prêmio nacional “Conciliar é Legal”, concedido desde 2010 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O reconhecimento é voltado a práticas modernas do Judiciário que contribuam para a aproximação das partes e a efetiva pacificação social. A honraria deveu-se ao instituto da mediação, prática que consiste em reunir, a pedido das partes, sindicatos de patrões e empregados para uma tentativa de acordo nas cláusulas da convenção coletiva de trabalho, evitando o ajuizamento do dissídio coletivo e a possibilidade de greve.