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Previdência privada é opção após endurecimento de regras do INSS

Entenda a diferença entre os planos complementares e os do governo

A reforma da previdência pretendida pelo governo Michel Temer irá elevar ainda mais o tempo de contribuição do trabalhador que deseja se aposentar com 100% do salário, além de estipular uma idade mínima de 65 anos para aposentadoria.

O anúncio assustou trabalhadores do setor público e do setor privado, sobretudo os mais jovens, que não terão nenhuma regra de transição entre o atual modelo de aposentadoria e o próximo. Com isso, aumentou o interesse da população pelos planos de previdência privada, tecnicamente chamados de previdência complementar.

Atualmente, eles são oferecidos por corretoras de seguros como opção para quem quer antecipar a aposentadoria. Para isso, é claro, é necessário pagar um pouco mais. Para entender como funciona a previdência complementar, o Município Dia a Dia ouviu representantes de corretoras de seguro de Brusque, que tiram dúvidas sobre os planos e suas possibilidades.

Investimento de longo prazo

Renato Jacinto, da Marcin Seguros, diz que a previdência complementar é, como a do INSS, um investimento de longo prazo.

Para ter uma boa rentabilidade, recomenda que se invista por um prazo mínimo de cinco anos. Mais adiante, a pessoa deve decidir como usufruirá do recurso: se fará um saque único ou transformará em renda vitalícia.

Ele explica que a partir do primeiro ano de contribuição já é possível movimentar o recurso. Também ressalta que, em caso de necessidade, é possível diminuir o valor ou paralisar as contribuições temporariamente. “Não é engessado como a previdência social”.

Michel Belli, da Áthina Corretora de Seguros, esclarece que todo valor investido em um plano de previdência privada pode ser resgatado pelo contribuinte se ele desistir do plano, ou, em outro caso, se desejar retirar o dinheiro, para qualquer fim.


Tipos de previdência complementar

Basicamente, as corretoras de seguro oferecem dois tipos de previdência privada, o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).

O PGBL é recomendado para pessoas com renda mais alta, pois o valor pago ao plano pode ser abatido no imposto de renda. Entretanto, quando o dinheiro é sacado, o imposto pago é referente ao valor total. Se o valor total que o contribuinte tem no fundo é de R$ 100 mil, por exemplo, é sobre esse valor que será cobrado o imposto de renda.

Já o VGBL não pode ser abatido no imposto de renda. Mas, em contrapartida, só é cobrado imposto referente aos rendimentos do valor que o contribuinte investiu. Nesse caso, se o valor total do fundo é R$ 100 mil, mas o rendimento foi de R$ 20 mil, o imposto de renda será cobrado somente com base nesses R$ 20 mil.

Como o trabalhador escolhe o plano? Para as seguradoras consultadas pelo Município Dia a Dia, a opção é bastante simples: quem declara alto rendimento no imposto de renda deve optar pelo PGBL; quem faz a declaração simplificada ou sequer declara o imposto de renda deve optar pelo VGBL.