Prevista no plano de governo, prefeitura descarta criação de creches domiciliares em Brusque
De acordo com secretária de Educação, modelo não é viável atualmente
Uma das propostas presentes no plano de governo do prefeito Jonas Paegle durante a campanha eleitoral, em 2016, foi a criação de creches domiciliares para suprir a demanda existente por vagas na educação infantil em Brusque.
Finalizando o terceiro ano de governo, a proposta não evoluiu e também não há previsão de sair do papel, já que, de acordo com a secretária de Educação de Brusque, Eliani Buemo, é inviável.
De acordo com a secretária, a partir do momento que precisa cumprir os parâmetros de qualidade da educação e toda uma legislação sobre o assunto, não é possível implantar o modelo proposto pelo prefeito durante a campanha. “Eu não consigo ver como fazer um atendimento cumprindo as determinações legais a partir de uma creche domiciliar”, diz.
Para que uma creche domiciliar seja legalizada, é preciso cumprir uma série de requisitos. Eliani observa que a pessoa que ofereceria o serviço precisaria fazer uma adequação muito grande na casa, por exemplo, para poder atender todos os critérios. “Ela acabaria abrindo um centro de educação infantil, que precisaria passar pelo Conselho Municipal de Educação e não uma creche domiciliar”.
A secretária explica que o que levou o governo a propor essa ideia durante a campanha é o fato de que anteriormente as creches domiciliares eram possíveis de acontecer. “Nesses 36 anos de educação, sendo 25 deles na rede municipal, eu vi muitos programas dentro das secretarias de assistência social fazendo o acompanhamento das creches domiciliares. Em outra época isso era possível, era viável, era um outro regramento, outros tempos. Eu hoje não consigo vislumbrar como isso se daria”, diz.
Compra de vagas
A secretária de Educação de Brusque afirma que foi a Itajaí conhecer o projeto de compra de vagas pela prefeitura em creches particulares. Essa, de acordo com Eliani, foi uma das alternativas encontradas pela cidade vizinha para suprir a demanda por vagas na educação infantil.
A secretária afirma que esta também pode ser uma alternativa para Brusque no futuro. “Lá eles compram muitas vagas, mas não são em colégios consagrados, mas em alguns CEIs que eram menores, alternativos, mas que estavam com a documentação junto ao conselho, tudo certo. Talvez essa seja uma possibilidade para Brusque”.
Eliani diz ainda que o modelo de creches dentro de empresas existente em Brusque também é uma alternativa para atender o maior número de crianças.
“Não temos dinheiro para sair construindo, nossa intenção é locar, desde que os proprietário nos deixe em condição de funcionamento. A creche dentro da empresa é um modelo ótimo, mas não avançamos como gostaríamos. Ficamos em tratativas em 2018 e em 2019, mas não avançou”.