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Após novo atraso, fornecimento de remédios deve se normalizar até o fim de maio

Secretaria de Saúde aguarda publicação dos vencedores da licitação no Diário Oficial para efetivar a compra dos medicamentos

Deve levar, pelo menos, mais 15 dias para que as unidades de saúde de Brusque voltem a ter disponíveis para a população todos os remédios que constam na Relação Municipal de Medicamentos (Remune).

No início de março, entretanto, em entrevista ao O Município, o secretário de Saúde, Humberto Fornari, havia dado prazo até abril para a situação se normalizar e a população poder contar, novamente, com os 350 remédios que fazem parte da lista.

Desde o ano passado, a Secretaria de Saúde do município trabalha com o estoque defasado. Segundo informações da diretora geral da pasta, Sandra Fritzen, no início desta semana devem ser publicados no Diário Oficial do Município os nomes das empresas que venceram a licitação para a compra dos medicamentos.

Somente após a publicação do documento é que a Secretaria de Saúde pode fazer os pedidos dos remédios. “É um processo demorado. A partir do pedido, deve levar mais uns 15 dias para que os medicamentos cheguem”, diz.

De acordo com ela, a secretaria atua com um déficit de 20% dos medicamentos que constam no Remune e fazem parte da Farmácia Básica. A diretora da pasta destaca que a situação só não se agravou porque a prefeitura realiza constantemente a compra de medicamentos por meio do contrato com o Consórcio de Saúde da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi).

O convênio não disponibiliza 100% dos medicamentos necessários para a Secretaria de Saúde, entretanto, faz com que o déficit não seja maior. “Não tem toda a lista do Remune, e por isso alguns medicamentos ficam pendentes, mas conforme a necessidade do paciente, até compramos por meio de um contrato que se tem com farmácias para a lista de medicamentos que não está no Remune”.

A falta de remédios nas unidades de saúde atinge muitos brusquenses. Entre eles, está uma moradora do bairro Limeira, que prefere não se identificar. Ela é portadora de Lúpus – doença autoimune inflamatória crônica que faz com que o sistema imunológico do paciente ataque e destrua tecidos saudáveis – e precisa tomar diversos medicamentos continuamente.

Há mais de três meses, no entanto, a Secretaria de Saúde não fornece o Marevan, um dos medicamentos que necessita. Como os remédios não estão disponíveis, ela acaba comprando.

“Tomo vários remédios e às vezes até o paracetamol é difícil de encontrar na unidade de saúde. Eu ainda consigo comprar os remédios que preciso, com dificuldade, mas e quem não tem condições? Está muito complicada a situação, cada semana é um prazo novo e esse dia nunca chega”.

A licitação
O processo de licitação pelo qual a Secretaria de Saúde espera para resolver o problema da falta de medicamentos na totalidade foi iniciado no governo do prefeito José Luiz Cunha, o Bóca, no fim de 2016, e foi paralisado pela atual gestão devido à falta de recursos.

Na época, a licitação contemplava a compra de R$ 11 milhões em medicamentos, mas no caixa da secretaria havia disponibilidade de R$ 4,5 milhões. Por isso, foi necessário fazer um novo processo licitatório, que está concluído, faltando apenas a publicação das empresas vencedoras no Diário Oficial.