Primeira atleta olímpica de Brusque, Simone Storm relembra momentos da carreira no vôlei

Ex-jogadora disputou Olimpíadas de 1988, quando tinha apenas 19 anos

Primeira atleta olímpica de Brusque, Simone Storm relembra momentos da carreira no vôlei

Ex-jogadora disputou Olimpíadas de 1988, quando tinha apenas 19 anos

Em 1988, pela primeira vez, um atleta de Brusque disputou os Jogos Olímpicos, o maior evento esportivo do mundo. Quem representou a cidade nas Olimpíadas de Seul, na Coreia do Sul, foi Simone Storm, jogadora de vôlei, que foi convocada para a disputa da competição quando tinha apenas 19 anos.

Atualmente, Simone mora no Rio de Janeiro e trabalha como coordenadora de treinamento de uma rede de lojas de joias. A ex-atleta visita Brusque algumas vezes no ano para visitar a família e relembra momentos do início de sua carreira.

História na seleção

Simoninha, como era conhecida quando jogava em Brusque, chamou a atenção da Seleção Brasileira quando atuava no time do Pão de Açúcar, em São Paulo, quando tinha apenas 16 anos. Ela se transferiu para o time paulista algum tempo depois de vencer os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) representando Brusque em 1985.

Dois anos depois, ela já estava disputando o Mundial juvenil da categoria, onde ela foi campeã e eleita a melhor jogadora do torneio, o que a credenciou à uma vaga nos Jogos Olímpicos do ano seguinte.

Foto do jornal O Município em matéria sobre a vinda de Simoninha a Brusque em 1987, após o título com a seleção juvenil | Foto: Arquivo O Município

A ex-atleta lembra que a preparação para as Olímpiadas foi exemplar e que ficou praticamente oito meses com a seleção para a disputa do evento. O resultado, porém, não foi dos melhores. O Brasil acabou perdendo os três jogos da fase de grupos. As brasileiras venceram a Coreia do Sul na primeira partida da disputa pelo quinto ao oitavo lugar, mas perderam para a Alemanha Ocidental na sequência e saíram com a sexta colocação.

“Apesar da preparação, o resultado foi péssimo. Conseguimos a classificação no pré-Olímpico. Atuei saindo do banco várias vezes, foi muito bacana as Olimpíadas, mas também muito louco”, lembra.

No ano seguinte, em 1989, Simoninha foi convocada mais uma vez para o Mundial juvenil e conquistou o bicampeonato com o Brasil.

Acidente

Quando tinha 21 anos, Simone sofreu um acidente que interrompeu sua carreira por quase dois anos, quando estava em plena ascensão na carreira. Por causa da perda de patrocínio na época, vários times deixaram de existir, incluindo o Supergasbras, do Rio de Janeiro, onde a brusquense atuava na época.

Sem clube, ela acabou aceitando um trabalho como modelo e participou de várias campanhas e propagandas. Durante uma delas, porém, ela acabou sofrendo um grave acidente de carro e lesionou a coluna. Por causa disso, ela ficou totalmente afastada das atividades esportivas por um ano e, em um momento de ascensão na carreira, acabou perdendo espaço na seleção.

“Na época, eu estava treinando com várias atletas desempregadas no Rio de Janeiro para não ficar parada enquanto o Marco Aurélio Motta procurava um clube para a gente. Aí, comecei a trabalhar como modelo por necessidade. Nesse acidente, fraturei a cervical, mas graças a Deus sobrevivi. Só fui voltar a jogar quando já tinha quase 23 anos”.

Ela só voltou a jogar dois anos depois, pela equipe do Rio Forte, que a contratou com a intenção de ajudá-la na recuperação. Simone ainda atuou por outros diversos times na carreira, até decidir parar quando estava no Minas, aos 31 anos.

“Acabei perdendo a sequência na Seleção Brasileira por causa desse tempo que eu fiquei de fora. Tive muita sorte por um lado, mas muito azar também, perdi muita oportunidade de competir. Mas aí você enxerga a vida de outra maneira, comecei a estudar, me formei em Desenho Industrial”.

Em 2000, ela chegou a voltar para disputar o Jasc mais uma vez por Brusque depois de um tempo já afastada das quadras, mas entrou no ritmo com o treinamento e ajudou a equipe a ser campeã mais uma vez.

Conexão com o esporte

Uma das inspirações de Simone no esporte foi a tia Erica, que costumava a levar para acompanhar partida que jogava no Colégio Cônsul e também disputou várias edições do Jasc representando Brusque. Em 1985, as duas chegaram a carregar a tocha juntas na abertura do Jasc.

“Ela jogou voleibol por muito tempo e era uma atacante muito boa. Ela jogava duas vezes por semana com o grupo dela na escola, eu ficava de gandula e às vezes também entrava um pouco. Minha tia chegou a ser chamada para a Seleção Brasileira, mas nunca pode ir por causa do trabalho, sempre foi frustrante para ela, mas era outra geração”.

Ex-jogadora encontrou medalhas conquistadas pela tia Erica no memorial do Jasc, na Arena Multiuso | Foto: Bruno da Silva

Brusque no coração

Em Brusque, Simone chegou a treinar e competir pelo Bandeirante e se lembra com muito carinho da época que participava dos torneios na cidade. “Foram momentos muito divertidos. Os torneios intercolegiais eram muito fortes aqui, é uma pena que não seja mais assim. Estimular o esporte na base é muito importante”.

A ex-jogadora não voltou a morar em Brusque, mas sempre visita sua terra natal para ver os familiares e acredita no potencial da cidade no esporte.

“Sempre amei voltar, adorava morar aqui, só saí por causa da oportunidade que eu tive. Foi difícil se afastar da família no início, mas sempre vim aqui para renovar as energias. Hoje, quando eu volto, vejo a cidade muito mais promissora e com muitas oportunidades. Acho que é o momento de aquecer o esporte aqui”.

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