Primeiro semestre registra queda nas vendas dos shoppings atacadistas

Shoppings buscam clientes em outras regiões do país para superar a retração na economia

Primeiro semestre registra queda nas vendas dos shoppings atacadistas

Shoppings buscam clientes em outras regiões do país para superar a retração na economia

Polo nacional de compras, os shoppings atacadistas de Brusque estão sofrendo com a baixa nas vendas por causa da retração da economia do país. Um deles registrou queda de 12% no volume de negociações no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado. Diante de um cenário adverso, os atacadistas buscam alternativas para driblar a situação financeira nacional e, no mínimo, não terminar o ano com um déficit.

O Brusque Convention & Visitors Bureau é que tem a tarefa de ajudar os centros de compras a fomentar as suas vendas. A entidade possui um núcleo dedicado a estudar estratégias para tornar Brusque cada vez mais atrativa para os consumidores tanto dos shoppings atacadistas quanto das lojas de varejo. Jorge Ramos, gestor da entidade, é o responsável por coordenar estas ações e reconhece a situação complicada neste primeiro semestre.

“Atualmente, a venda no atacado está sofrendo com esta crise. Está tendo uma certa diminuição nas vendas. O que os shoppings nos passam é que estão tendo dificuldades e trabalhando para superar isso, mas o mercado está retraído”, diz Ramos. Ele explica que com o poder compra afetado, o consumidor não está conseguindo comprar tanto quanto antes, o que gera um efeito em cadeia. Com isso, o lojista do varejo não tem entrada de caixa e, por sua vez, não vai comprar no atacado.

“O consumidor final está segurando um pouco na hora de comprar, uma vez que os produtos de confecção são supérfluos. Ainda está tendo bastante compras, não tanto quanto a gente esperava”, afirma Ramos.

Outro fator que contribui para o baixo desempenho de vendas é o inverno decepcionante, assinala o gestor do Brusque Convention & Visitors Bureau. Os consumidores não foram avidamente às lojas em busca de casacos, o que desaqueceu o comércio. “O alto inverno não teve crescimento de vendas nem queda, manteve-se estável em relação ao ano anterior. Porque cada lançamento de coleção sempre dava algum crescimento, de 15% ou 20%. Neste ano, não teve este crescimento”, diz Ramos.

A esperança de Ramos é que uma temporada de pelo menos 15 dias de frio intenso possa ajudar a salvar, pelo menos em parte, a estação dos varejistas. Sem tanto frio e sem perspectivas, as liquidações já começam a aparecer nas lojas. Ramos afirma que isto é normal e que indica que é um período de entressafra.

Segundo o gestor do Master Shopping, Thiago Crinchev, o primeiro semestre de 2015 registrou queda de 12% em relação ao mesmo período do ano passado. “Algo que nos preocupa, mas que por outro lado a gente percebe que o mercado se adapta mais para a pronta entrega do que para vendas programadas, então a caraterística do nosso negócio tende a ter uma adaptação maior mediante ao cenário econômico que encontramos hoje”, afirma.

Julio Boschetti, administrador do All Atacadista, avalia a situação atual como desafiadora. “O momento se mostra com mais dificuldade, mas isso nos leva a nos esforçarmos muito mais, assim conseguimos nosso sucesso e mantemos as vendas dentro do patamar desejado”, diz.
Shoppings buscam alternativas

Tanto o Master Shopping quanto o All Atacadista estão investindo em novas alternativas para continuar a crescer. Crinchev diz que os clientes do Master vêm, cada vez mais, de outras regiões. O estabelecimento investe mais e mais na captação de consumidores de estados mais distantes, como São Paulo e região Centro-Oeste.

Segundo o gestor do Master Shopping, o serviço de hospedagem do centro de compras tende a ficar mais ocupado, uma vez que os clientes que vêm de longe precisam de um local para ficar, diferentemente daqueles que vêm de cidades próximas. “A característica de Brusque é atender mercados regionais. Para buscar solução, uma das nossas atitudes é ter meio de hospedagem e investir em outro meio de transporte, que é um apoio ao cliente que vem pelo sistema aéreo”, afirma Crinchev. O Master passou a oferecer um novo serviço aéreo para os clientes de mais longe.

O administrador do All Atacadista também relata estar buscando mercado em outras regiões. “Recebemos comerciantes de toda Santa Catarina, Sul do Paraná, Rio Grande do Sul. Esses estados são os nossos maiores mercados. Mas também temos recebido clientes de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, interior de São Paulo, Distrito Federal, que utilizam até o transporte aéreo”, afirma.
Boschetti diz que o setor de marketing do All está buscando novas alternativas de captar compradores. Estas campanhas são revisadas e atualizadas todas as semanas, para se manterem atentas às nuances do mercado.

Jorge Ramos, do Brusque Convention & Visitors Bureau, diz que a entidade também investe em estratégias de divulgação de Brusque como polo têxtil atacadista em outros estados. No momento, a expectativa de todos é pelo lançamento da coleção de verão. Crinchev explica que por estar situada em uma região litorânea, Brusque tem uma inclinação à moda verão.

 

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