A Arena Brusque começou a receber os primeiros desalojados por volta das 20h de domingo, 22 de setembro. De acordo com informações da Defesa Civil, cinco famílias, o que totaliza 23 pessoas, passarão a noite no abrigo montado pela prefeitura.
A previsão é que ao longo da madrugada o número de famílias desalojadas aumente, já que, além do rio Itajaí-Mirim, o ribeirão da Limeira aumentou o nível e começa a avançar sob as casas.
Sem saída
Há sete meses em Brusque, a família de Belásio Bueno de Camargo, 39 anos, nunca viu de perto uma enchente. Camargo veio para o município para trabalhar e foi morar na rua Teodoro Staack, no bairro Santa Terezinha. O local é um dos primeiros a inundar quando o nível do Itajaí-Mirim sobe.
– O rio estava subindo e faltava muito pouco para pegar dentro da casa. Viemos de Foz do Iguaçu, no Paraná, e pela primeira vez estou passando por uma enchente. Achamos melhor sair antes que a situação complicasse mais – afirma.
Ele conta que ainda era dia quando a família começou a desmontar os móveis e se preparar para sair.
– Moramos em um sobrado, então perto do meio-dia começamos a desmontar e colocar tudo na parte de cima da casa -.
Camargo destaca que nunca pensou que passaria por uma situação dessas. – Em 2011 vi que Brusque sofreu bastante, mas pela televisão. Nunca imaginei que anos depois eu estaria sofrendo as consequências aqui também – afirma.
A dona de casa Vanessa Cristina Pereira, 28 anos, também é uma das desalojadas na Arena Brusque. Grávida de seis meses de um menino, ela mora com os outros três filhos: Claiton Michel, 8 anos; Vitória Rosana, 3 anos e Davi Gabriel, 1 ano e 3 meses; na rua Maria Nicolodi Perassi, no bairro Dom Joaquim.
A água estava chegando próximo da casa de Vanessa quando ela decidiu sair com os filhos.
– Fiquei com muito medo, estava com muita correnteza. Achei melhor sair antes porque pode subir de madrugada e eu não teria como sair sozinha com as crianças. Trouxe algumas roupas e os móveis deixei tudo lá. Só Deus sabe como vai ficar – diz.
Moradora do bairro Limoeiro, Jussara Siqueira, 37 anos, também foi procurar ajuda na Arena Brusque. Grávida de nove meses de uma menina, ela e o marido moram na parte de cima de uma casa e já estavam ilhados quando decidiram sair.
– Moramos no apartamento de cima, mas o de baixo já estava com água dentro. A dona da casa avisou a Defesa Civil e eles foram lá nos tirar. Deixei tudo lá, espero que tudo isso passe logo -.
Doação
Quem quiser doar roupas ou alimentos para os desalojados, pode procurar a secretaria de Assistência Social de Brusque ou levar a doação até a Arena Brusque.