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Primeiros vacinados em Brusque relatam sentimento de esperança e alívio

Vacinação iniciou nesta terça-feira

Tranquilidade e esperança são os sentimentos mais comuns entre os primeiros vacinados contra Covid-19 em Brusque. O imunizante foi aplicado nesta terça-feira, 19.

O primeiro a ser vacinado foi o recordista do Guiness World Records, Walter Orthmann, de 98 anos. Em seguida foi a vez de Aurinho Silveira de Souza, chefe de gabinete, receber a dose. O secretário de Saúde de Brusque, Osvaldo Quirino de Souza e o médico Eugênio José Paiva Maciel, diretor técnico e chefe da UTI do Hospital Azambuja, também foram vacinados.

Profissionais da saúde de hospitais e do município também receberam o imunizante. Confira os relatos:

“Fiquei emocionada”, diz Maria Raquel dos Reis

Foto: João Vítor Roberge

Maria Raquel dos Reis, de 41 anos, atua na UTI do Hospital Imigrantes há dois anos e meio.

Natural do Mato Grosso, Maria mora em Brusque há 15 anos e atua na área da saúde há 14. Ela também trabalha no Hospital e Maternidade Dom Joaquim.

Durante a pandemia, havia muita preocupação com os pacientes e o medo de contrair a Covid-19 e passar para a família. Perto do Natal, ela começou a sentir os sintomas e testou positivo para a doença. “Como eu já peguei, sei como é ruim. Isso que não precisei ser internada, imagina em quem precisa”, conta.

Agora a enfermeira está vacinada. “Fico bem mais tranquila”, relata. “Que venha para todos”, finaliza. 


“O sentimento é de esperança”, diz Aline Fagundes

Foto: Prefeitura de Brusque/Divulgação

Aline Fagundes, de 31 anos, também recebeu a primeira dose da vacina, representando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ela é formada em enfermagem desde 2011 e atua em Brusque desde 2012. 

A enfermeira é servidora pública municipal efetiva desde 2013 e começou a trabalhar no Samu em 2017. 

Durante a pandemia, a rotina do Samu foi reestruturada. Foram implementados cuidados com equipamentos de proteção individual, maior cuidado nos atendimentos e na limpeza da viatura. 

Mesmo diante de todos os cuidados, havia preocupação. “Minha preocupação foi mais direcionada aos meus colegas de equipe, assim como a minha família, por haver pessoas mais idosas e com comorbidades”, conta Aline. Felizmente, contraiu a doença. 

A enfermeira relata que a equipe já passou por diversas situações de impotência. “Muitas vezes os olhares dos paciente nos imploravam por socorro, apesar de já termos feito tudo o que poderíamos fazer naquele momento”. Ela diz que isso impactou muito os sentimentos, a rotina e a fé.

Ela ficou surpresa quando recebeu a notícia de que iria ser uma das primeiras a receber a vacina. Agora, depois de receber a primeira dose, o sentimento é de esperança. “Passou um filme na cabeça, chorei na hora, chorei em casa. Espero poder abraçar meus pais e parabenizar minha vó nos seus 90 anos”. 


“Me senti muito honrada”, diz Suelen Cunha

Foto: João Vítor Roberge

A enfermeira Suelen Cunha Fernandes, de 32 anos, atua na área da saúde há dez anos, sendo oito anos e meio no pronto atendimento do Hospital e Maternidade Dom Joaquim. Ela é natural de Tubarão, mas mora em Brusque há nove anos. 

Ela relata que trabalhar na área da saúde em meio à pandemia é angustiante, uma convivência diária com o medo. “A gente trabalhava como se tivesse um fardo em cima dos ombros”

Ela contraiu o vírus em dezembro. Teve dias ruins, com febre e dor no corpo, mas não precisou ser hospitalizada. 

Suelen conta como reagiu quando soube que seria vacinada. “Eu me senti muito honrada porque a população espera por isso. Me senti feliz”. 

A enfermeira ressalta que ainda tem muito caminho pela frente, além da segunda dose para garantir a imunização. “Tem que continuar se cuidando, mas é uma felicidade muito grande saber que logo estarei imune”. 

Ela pede que a população continue utilizando máscara e mantenha o isolamento. Também diz que não precisa ter medo da vacina. “A gente já nasce recebendo vacinas”, finaliza.


“Vacina veio para tirar essa angústia”, diz Danieli Martins

Foto: João Vítor Roberge

A enfermeira Danieli Martins, de 36 anos,  foi a primeira profissional do Centro de Triagem a receber a dose da Coronavac. Natural de Ituporanga, trabalha na área da saúde há 11 anos, sendo oito em Brusque. 

Danieli atua no Centro de Triagem desde o início do serviço em março do ano passado. Ela conta que durante estes dez meses o trabalho foi moldado conforme a evolução do vírus e o que se descobria sobre a doença. “Era tudo muito novo, angustiante. Não sabia o que esperar”, recorda. 

Ela não contraiu a doença e o receio de se contaminar esteve presente em todo este período. Agora, está mais tranquila. “Não existe um tratamento para prevenir. A única coisa que vai prevenir é a vacina”, ressalta a enfermeira. 

Danieli recebeu com surpresa a notícia sobre a vacina. “Não esperava que seria uma das primeiras, representando todo o Centro de Triagem. São 64 pessoas trabalhando lá, representar essa equipe me deixou entusiasmada”. 

“Os dias de sofrimento não acabaram, mas já conseguimos ter esperança”, diz a enfermeira. “Chegou um dia feliz. Bom saber que nossa luta não foi em vão”, complementa.


“Me senti muito privilegiada”, diz Nereide Aparecida da Silva Vechi

Reprodução

A vacinadora da Políclina, Nereide Alexandre Aparecida da Silva Vechi, trabalha na Prefeitura de Brusque há cerca de 18 anos.

Ela é técnica de enfermagem e também já trabalhou em hospitais do município. Nereide atua na vacinação há aproximadamente 23 anos, desde que fez um curso especializado na área. 

A vacinadora diz que recebeu o convite com muita alegria. “Me senti muito privilegiada e feliz por fazer parte desta nova história de Brusque”. 

Ela afirma que não teve nenhuma reação. “É como se não tivesse tomado nada”. Nereide está contando com a conscientização da população e ressalta que a vacina precisa ser levada a sério, além da continuidade dos cuidados como uso de máscara e álcool em gel. 


“Foi mais fácil do que a vacina de gripe”, diz Walter Orthmann

Prefeitura de Brusque/Divulgação

O primeiro vacinado contra a Covid-19 em Brusque foi Walter Orthmann, de 98 anos. Ele é recordista do Guinnes Wolrd Record com 83 anos de atividade profissional. 

Orthmann diz que ninguém precisa ter medo da vacina contra o coronavírus. “Acho que todos devem tomar”. O recordista compara a aplicação da dose da Coronavac com a da gripe. “Muito mais rápido. Nem senti a picada, de tão bem feito”. 

Ele pede para que a população tenha calma, que logo mais doses chegam para a imunização. Enquanto isso, orienta o uso de máscara e álcool em gel.


“Me sinto reviver a esperança”, diz Aurinho Silveira de Souza

Foto: João Vítor Roberge

O chefe de gabinete Aurinho Silveira de Souza foi o segundo a receber a vacina contra a Covid-19 em Brusque. “Esse instante é muito gratificante, me sinto privilegiado de receber a vacina”, disse logo após receber a dose. 

Souza já foi chefe de gabinete de nove prefeitos. “Há apenas dois meses para completar 84 anos me sinto reviver a esperança de continuar trabalhando”. Ele espera continuar sendo agente público “com mais esperança e mais força”.


Foto: Divulgação

“Foi a realização de um sonho”, diz Eugênio Maciel

O médico Eugênio José Paiva Maciel, do Hospital Azambuja, afirma que ficou surpreso quando soube que seria um dos primeiros a serem vacinados.

“Se parar pra pensar que não sabíamos como tratar a pandemia, com índice grande de óbitos e agora tem uma vacina com boa perspectiva, estamos todos felizes”, afirmou.

Ele afirma que se sentiu muito honrado em ter sido um dos primeiros. “Não esperava, fiquei muito feliz, na hora fiquei muito emocionado,lembrei das pessoas que passaram por mim e morreram”, disse o médico.


Foto: Divulgação

“Presenciamos um verdadeiro milagre”, diz secretário

O secretário de Saúde de Brusque, Osvaldo Quirino de Souza, também foi um dos primeiros a serem vacinados. 

Ele falou sobre o momento, o qual considerou um milagre. “Hoje presenciamos um verdadeiro milagre, com a superação da ciência. Passamos um ano inteiro sob o domínio do medo e hoje estamos diante da possibilidade de cura deste inimigo invisível”, disse o secretário, que é médico neurologista. 

“A vacina é o único método terapêutico eficaz diante do coronavírus. Agradecemos a todas as pessoas envolvidas neste processo. Não podemos nunca esquecer as 220 mil vidas que perdemos no país”, afirmou.