O problema da fiação nos postes em Brusque está longe de ser totalmente resolvido. Segundo o diretor do Procon, Fábio Roberto de Souza, quem deveria notificar os responsáveis é a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), mas em virtude das constantes reclamações de consumidores em relação à qualidade dos serviços prestados em telefonia móvel e fixa, internet e TV por assinatura, o Procon passou a investigar o caso. Além de transtorno para o consumidor que não consegue utilizar os serviços contratados, o emaranhado de fios polui visualmente a cidade.
– Sabemos que a má conservação da rede de distribuição e dos equipamentos acaba influenciando na qualidade do sinal na casa do consumidor. Por isso, iniciamos os encaminhamentos deste processo, que é grande e não sai da minha mesa – afirma Souza.
Só no mês de janeiro foram emitidas 12 notificações às empresas e dentro do processo foram gerados R$ 150 mil em multas. De acordo com o Procon, todas as operadoras que atuam em Brusque já receberam alguma notificação ou multa desde janeiro de 2012, e é dado um prazo de dez dias para que o problema seja solucionado ou a empresa se manifeste sobre o assunto.
Souza explica que os problemas acontecem porque o cabeamento para transmissão dos sinais para os consumidores devem ser colocados abaixo dos cabos de rede de distribuição elétrica, e como o número de empresas de telecomunicações aumentou significativamente na cidade nos últimos anos, os cabos ficam cada vez mais baixo.
– Esse processo não vai acabar – explica Souza, apontando que uma das soluções, entre empresas e Celesc, seria a troca de todos os postes da cidade, para elevação dos fios.
A empresa Oi, que tem a maior abrangência de sinal na cidade, foi a mais notificada até o momento, e a frequência dos problemas é maior na região central de Brusque.
– No Centro e bairros como o São Luiz e início do Primeiro de Maio se concentra o maior número de problemas porque todas as operadoras estão presentes, mas em Santa Terezinha e Limoeiro, e ao longo da rua Itajaí há muitos cabos pendurados e amarrados. São regiões com um tráfego grande de caminhões – informa Souza.
Pequena melhora
Segundo o diretor do Procon, desde a metade de 2012 a ação de fiscalização tem surtido efeito.
– As reclamações em relação à qualidade dos serviços diminuiu e o que estamos cobrando das empresas é um aumento de pessoas nas equipes que fazem os reparos, para que não precisemos chamar a atenção o tempo todo. Os consertos têm que ser mais rápidos – salienta Souza.
O diretor salienta que é importante a colaboração da comunidade no sentido de denunciar sempre que vir um fio arrebentado ou amarrado ao poste.
– Não temos como estar em toda a cidade, então nos valemos muito dos veículos de comunicação e das pessoas que nos trazem fotos e informações sobre os problemas – finaliza o diretor.