Problemas estruturais atrasam obras de nova creche no antigo Senac
A previsão era de que o Centro de Educação Infantil estivesse pronto em agosto
Em abril do ano passado, a antiga sede do Senac, no bairro Maluche, começou a ser reformada para se transformar no Centro Municipal de Educação Infantil Hilda Ana Eccel. A projeção inicial era de que as obras estivessem concluídas em agosto. No entanto, problemas estruturais no edifício acabaram atrasando ainda mais a obra, e a inauguração da creche foi adiada para o início do próximo ano letivo.
Segundo o diretor do Departamento Geral de Infraestrutura (DGI), Artur Antunes, durante as obras os funcionários verificaram que partes das vigas de sustentação estavam enferrujadas. Com isso, o DGI teve de contratar um perito para analisar os problemas. O perito verificou todo o prédio e, além de solicitar a reforma da estrutura, solicitou também a substituição do telhado e a colocação da caixa d’água em uma região mais alta.
Os três itens não estavam no orçamento inicial e foram aplicados como aditivos. Aumentando, assim, o valor da reforma. O ato gerou questionamentos na Associação de Moradores do Jardim Maluche e Souza Cruz. Juares Graczcki, presidente da entidade, acredita que, se os valores fossem altos, a prefeitura deveria ter derrubado o prédio e construído um novo.
“Daqui a pouco gastaram mais do que o previsto e seria melhor se fizessem uma estrutura nova. Quem sabe, inclusive, teria ficado pronto antes. E aquele prédio não é um prédio histórico como a igreja de Azambuja, por exemplo. Ele pode ser derrubado sem problemas. E acho que ficaria até melhor uma estrutura completamente nova.
O prédio precisa ficar pronto logo porque há muitas crianças no bairro sem vagas em creches”, diz.
Mesmo com o acréscimo, o diretor do DGI afirma que “é muito mais em conta” reformar em vez de construir um novo prédio. Ao justificar, ele aponta a construção da nova creche do bairro Paquetá que custou cerca de R$ 1,8 milhão e “é muito menor do que o antigo Senac”. A reforma do CMEI Hilda Ana Eccel, com os aditivos, custa em torno de R$ 1,7 milhão.
Ainda de acordo com Antunes, um levantamento foi feito para analisar o prédio antes da execução da obra. Porém, não há como verificar toda a estrutura interna. Nesses locais durante o estudo inicial, os funcionários fazem uma raspagem até as vigas de sustentação. “Não há como raspar tudo no levantamento, então não tem com prever o que encontraremos ao longo da reforma, a raspagem completa só é feita durante as obras e aí acabam surgindo as patologias”, explica.
Para Antunes, o atraso não causa prejuízos aos moradores do bairro pois mesmo que a creche ficasse pronta em agosto, ela só poderia receber os novos alunos no início do ano letivo de 2015. O diretor afirma também que o número de funcionários da obra varia conforme o dia. “Há dias em que precisam de 10 pessoas, outros de 5, e também depende das condições climáticas”. O novo centro de educação terá capacidade para 300 crianças.
Ofício
O jornal Município Dia a Dia teve acesso a um ofício enviado pelo DGI à associação em resposta a outro documento em que os moradores questionavam a demora da obra. Nele, o departamento confirma os problemas e diz que o prédio é um dos mais antigos do município – já abrigou o Senac e o Fórum de Justiça brusquense – e foi construído em um ponto com baixo lençol freático e com “diversos problemas de estabilidade de terreno”. O documento também esclarece que as paralizações e os contratempos são aceitáveis e fazem parte do processo de reforma.
Valor inicial da obra no CMEI Hilda Ana Eccel
R$ 1.346.029,64
Valor dos aditivos
R$ 360.000,00
Valor final com aditivos
R$ 1.706.029,64