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Procura pelo Ecoponto para descarte de resíduos é baixa

Motivos seriam o preço do descarte e a falta de hábito em descartar corretamente os materiais

Mesmo inaugurado há pouco mais de seis meses, o primeiro ponto fixo de coleta de resíduos sólidos de Brusque ainda não decolou. O motivo é a baixa procura por parte da população. Idealizado pelo Núcleo de Gestão Ambiental da ACIBr em parceria com a empresa Cidade Limpa e licenciado pela Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), o Ecoponto recolhe pneus, pilhas, eletrônicos e lâmpadas.

Nas primeiras semanas após o lançamento, o ponto fixo registrou os maiores movimentos, de acordo com a funcionária do administrativo da Cidade Limpa, Daniela Ramos Voltolini. Aos poucos, no entanto, a população diminuiu a busca. Atualmente, proprietários de empresas, de borracharias e de escritórios, além das escolas, são os que mais procuram. A Cidade Limpa registra cerca de três descartes por semana.

“A nossa ideia era de que os materiais que as residências utilizam fossem os mais descartados, ou seja, que a pessoa física fizesse o descarte. Mas acabou que as pessoas jurídicas nos procuram mais. Acho que isso está muito relacionado ao preço que cobramos. Mas é apenas um valor simbólico. Se quiséssemos lucrar teríamos de aumentar muito o valor. Os moradores têm dificuldade de entender que não é pelo valor que se faz o descarte, é pela consciência ambiental e para ajudar o planeta”, afirma Daniela.

O valor cobrado em cada item é direcionado aos custos com o transporte, com o descarte nos aterros industriais e com o repasse a empresas que reutilizam os resíduos. Os aterros e as empresas estão localizados em cidades como Blumenau, Navegantes e Araquari. O último caminhão que se deslocou aos municípios partiu na última quarta-feira, 25, com 568 lâmpadas que estavam acumuladas desde a abertura do Ecoponto.

Segundo Daniela, a expectativa dos idealizadores era de que o ponto fixo conscientizasse a população sobre a importância de descartar os materiais em locais apropriados. O quadro, porém, ainda não se confirmou. Para Valter Floriani, vice-coordenador do Núcleo de Gestão Ambiental da ACIBr e proprietário da Cidade Limpa, conscientizar a população é tarefa árdua.

“As pessoas que trazem o material pensam no meio ambiente e se preocupam com o futuro. Mas para as que não têm essa consciência, é um processo lento. A tendência é de que o pensamento comece a mudar aos poucos. E os valores que cobramos são insignificantes, não é justificativa para não descartar”, diz.