Procura por renegociação de contratos de aluguel em Brusque dispara durante pandemia
Empresas se mostraram dispostas em achar soluções para locatários e inquilinos
Empresas se mostraram dispostas em achar soluções para locatários e inquilinos
Por causa da pandemia, as imobiliárias de Brusque vêm renegociando vários contratos de inquilinos para garantir que a inadimplência não cresça e, ao mesmo tempo, que as pessoas não deixem os imóveis.
De acordo com Juliana Schaufelberger, do departamento de cobrança da Imobiliária Moresco, a empresa se antecipou para evitar que a inadimplência aumentasse.
“Essa era a instrução de vários advogados, para evitar que a pessoa deixasse o imóvel. Desde abril, a gente já começou a fazer as negociações, e hoje temos 120 negociações feitas e outras pessoas que mudaram a data de vencimento, para evitar juros e multa”, conta.
No início da pandemia, a empresa estava fazendo as conversas mais na “pressa”, para resolver os problemas com inquilinos e proprietários.
“Alguns deram desconto, outros parcelamos em seis, ou até dez meses. Eles não têm obrigação de fazer isso, a gente deixa isso claro, mas a gente tenta fazer um acordo para que inadimplência e desocupação não aconteça”.
Neste momento, a empresa está fazendo negociações com mais cautela, e pedindo documentos que comprovem que a pessoa teve diminuição do salário durante a pandemia, o que está diminuindo o número de renegociações.
Juliana afirma que a estratégia da empresa foi eficaz na manutenção do número de inadimplentes, que se manteve entre 10% e 12%. Já as desocupações tiveram um número maior em maio, com média de um por dia.
“Tivemos muitas desocupações, até porque, quando a pessoa é autônoma, não sabe se ela vai na frente vai receber”.
Cerca de 15% dos inquilinos pediram renegociação de contrato na Imobiliária Amo, segundo a gerente de vendas, Carolina de Oliveira. A maioria das negociações aconteceu no mês de abril, para o aluguel de dois meses.
“Foi uma loucura nos primeiros dias, mas conseguimos alinhar bem. Tiveram pedidos de renegociação, fizemos bastante, mas estamos conseguindo encontrar um equilíbrio”.
A empresa ficou três semanas fechada por causa da pandemia e a procura foi grande nos primeiros dias de retorno.
“Quando a gente estava em casa, eu pensava que quando voltasse ia ter fila de pessoas para desocupar, mas não foi assim. A gente tem a empresa muito aberta para negociar. É melhor manter um cliente bom, mesmo com um valor mais baixo por alguns meses, do que correr o risco de desocupação. Quando ele se reerguer, vai estar com a gente”, destaca.
Carolina conta que apenas três pessoas fizeram a rescisão do contrato por causa de demissões. Ela afirma que o valor do aluguel não se alterou quando contratos foram renovados, muito porque a demanda continua existindo.
Sócio-proprietário da Julio Imóveis, Julio Luiz Felix diz que a empresa teve um pico de renegociações entre abril e maio, com cerca de 10% dos contratos sendo revisitados, tanto de pessoas físicas quanto jurídicas.
“Esses pagamentos foram estendidos, dependendo da necessidade dos inquilinos, para entre duas e quatro vezes”, explica. Em junho, a procura por renegociação de contratos já não está mais acontecendo.
Felix afirma que a empresa não teve um grande número de rescisões de contrato e a inadimplência também se manteve no mesmo índice dos meses anteriores, salvo as pessoas que renegociaram os contratos.