Professor de Brusque escreve livro sobre experiência de ser pai de um menino com espectro autista

Pequeno Lorenzo é uma criança não verbal e recebeu diagnóstico de TEA nível dois

Professor de Brusque escreve livro sobre experiência de ser pai de um menino com espectro autista

Pequeno Lorenzo é uma criança não verbal e recebeu diagnóstico de TEA nível dois

Perto de se aposentar, Célio dos Santos Ribeiro recebeu um novo desafio na vida. O filho Lorenzo, que hoje está com 10 anos, é portador do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Após ver inúmeras matérias e publicações sobre o tema, o professor de filosofia e ética na rede pública municipal de Brusque decidiu escrever um livro para compartilhar as experiências sendo pai do Lorenzo.

A obra, intitulada de Encontro com TEA: experiência de um pai com filho autista, tem 104 páginas e foi lançada em novembro deste ano pela editora Appris. “Tem sido comum na escola e vizinhança o encontro com autistas e a propagação de notícias: ‘autista monta quebra-cabeças de mil peças’; ‘autista foi aprovado em primeiro lugar em medicina’; ‘autista vence Olimpíadas de Matemática’, como se todos os autistas fossem iguais. Nem todos são gênios, como nem todos os demais humanos são geniais”, pontua Célio, que é professor há 30 anos, mora em Blumenau e participa da Associação de Amigos do Autista (AMA).

Importância dos estímulos

Lorenzo tem 10 anos e é autista de nível dois. Ele é uma criança não verbal desde os 2 anos. Celio aproveitou a oportunidade para compartilhar a experiência de ser pai de um portador do espectro e as descobertas que fez nesse novo mundo.

Na visão de Celio, cada criança, sendo autista ou não, deve ser estimulada. “Sendo estimulado para a matemática, o ser humano será matemático. Sendo estimulado para a medicina, será médico. Sendo estimulado para a filosofia, será filósofo. Não sendo estimulado para nada, será mais um na história”, analisa.

O professor ainda acrescenta que algumas pessoas necessitam de mais estímulos do que as outras, seja na mente, espírito ou no corpo. Ele buscou mostrar os tipos de autismo e defender a necessidade de estímulos para evolução da pessoa humana, sendo ela autista ou não.

Lorenzo é uma criança não verbal e recebeu diagnóstico de TEA nível dois | Foto: Arquivo pessoal

“No livro confronto Piaget com o Mundo da Vida e a partir das experiências enquanto pai do Lorenzo, menino com um dos tipos de autismo, e professor em diversos colégios e universidades. Relato desafios, pesquisas e a arte de ensinar e aprender com os diferentes”, explica.

Inclusão

Outro ponto analisado pelo professor na obra são os dispositivos legais existentes na legislação brasileira pró autistas, “confirmando o abismo existente entre ideal e realidade”. Ele também questiona o modelo de inclusão existente no Brasil e ressalta a importância de instituições históricas como a APAE.

“É sabido que a lei é importante, mas em sociedades sem preparo ético, as regras perdem eficácia, o direito é ignorado e instala-se a barbárie, visto que é muito fácil falar de inclusão quando não vivenciamos experiências com autistas”, destaca.

Celio ainda explica que mesmo sendo pai, mãe ou professor de autista, não é possível afirmar que entende e sabe tudo sobre o espectro. “Cada caso é um caso, porque cada pessoa humana é única. E seja na escola, no parque e na família, cada dia é um desafio novo que surge e que requer mais amor do que discurso”.

O livro está disponível no site da Amazon ou da própria editora. Por fim, Celio informa que a obra é um convite ao amor pelo mundo particular dos autistas.

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