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Professora de Brusque doa seu tempo para ensinar alunos a esculpir, desenhar e tocar flauta

Cláudia Rieg Baron utiliza semanalmente cinco das oito horas-atividade que possui à doação aos estudantes que se disponibilizam a aprender no contraturno escolar

Cláudia Rieg Baron, de 58 anos, professora na Escola de Educação Básica Feliciano Pires, não é uma educadora comum. Discreta e de poucas palavras, a brusquense, é apaixonada pela arte de desenhar, de esculpir e também de ensinar.

Cláudia utiliza semanalmente cinco das oito horas-atividade que possui – tempo que seria destinado para preparar aulas -, à doação aos estudantes que se disponibilizam a aprender no contraturno escolar. A professora, formada em Artes Plásticas pela Universidade Regional de Blumenau (Furb) e que hoje reside no bairro São Pedro, em Guabiruba, ensina cerca de dez adolescentes a pintar em tela, a esculpir e a tocar flauta. No entanto, mais do que isso, a mestre transmite valores essenciais aos seus pupilos, como o respeito e o compromisso.

Ela conta que há cerca de 22 anos decidiu que destinaria o seu tempo a este trabalho, que para ela é uma paixão. “É coisa minha, porque eu gosto muito da arte e a gente tem que amar o que faz e compartilhar o conhecimento com os outros”. Em todas as escolas pelas quais passou, a brusquense sempre doou-se aos alunos interessados em aprender, aqueles que ela define como os “que vêm por que gostam, não ganham nota mas sim um aprendizado para a vida”.

Em mais de duas décadas, Cláudia já deixou a sua marca nas escolas Padre Theodoro Becker, João Hassmann, Professora Georgina de Carvalho Ramos da Luz, em Brusque, e Professor Carlos Maffezzolli, Arthur Wippel, Vadislau Schmitt e João Jensen, em Guabiruba.

“Eu queria algo a mais e gosto de fazer isso pois me sinto bem. Eu sei que quem vem realmente gosta e não posso negar uma coisa que alguém gosta. Eles vêm de compromisso e serão no futuro pessoas diferentes do todo”, diz a professora.

A arte como forma de cura

No colégio Feliciano Pires, as manhãs de quarta-feira são especiais. É neste dia que Cláudia dedica o seu amor aos alunos. Os do oitavo e nono anos aprendem pintura em tela e escultura e os do terceiro ano aprendem a tocar flauta.

A professora afirma que já perdeu a conta de quantos alunos passaram por suas mãos nessas oficinas. Porém, acredita que foram mais de 200. “Espero que eles lembrem da arte como uma forma de cura, porque ela ajuda no dia a dia. Concluir uma composição e poder assinar é uma coisa muito boa. Se mais pessoas observassem isso, penso que o nosso mundo seria melhor”.

Cláudia conta que suas oficinas só têm sentido por causa dos alunos. “Me sinto bem, nunca saio frustrada. Agradeço aos estudantes, por isso que eu consigo fazer, sem eles eu não conseguiria. Eles são a chave de ouro”.

Terapia da arte

Alessandra Paulo de Carvalho, de 14 anos, participa das oficinas de escultura e pintura em tela. Para ela, “quando se está com a professora Cláudia se faz a terapia da arte e da vida”. A aluna ainda lembra que o horário da oficina seria o único horário que a professora teria para si própria e mesmo assim prefere se dedicar aos estudantes. “São muito bons estes momentos. Além de nos ensinar, ela dá conselho pra gente”, diz.

Nilton Matheus Soikai, de 17 anos, faz a escultura desde o ano passado. Ele conta que a arte lhe mantém entretido e permite com que tenha mais paciência. “A arte é uma coisa boa e a professora nos motiva”.

Para Rafaella Dalsasso Valle, de 14 anos, a oficina permite que o estudante adquira mais conhecimento. “É bem legal, se eu ficar em casa não farei nada. Sem contar que eu aprendo muito e é divertido”, diz.

A diretora da Feliciano Pires, Mari Regina Jilz, afirma que essas atitudes fazem a diferença na vida social. “A professora Cláudia cultiva a doação e a sensibilidade, ela se coloca à disposição e semeia a arte com paixão”.