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Professores da rede estadual e federal de Brusque se reúnem para debater greve; confira atualizações

Sindicato do ensino federal recusou proposta do governo; já funcionários da rede estadual que estão em greve podem ter salários descontados

Professores e técnicos da rede estadual e federal de Brusque se reuniram na manhã desta segunda-feira, 29, no Instituto Federal Catarinense (IFC) para falar a respeito da greve que ambas redes realizam.

Na última sexta-feira, 26, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) recusou uma proposta do governo federal. E na noite de domingo, 28, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, se pronunciou sobre as reivindicações feitas pelos profissionais da rede estadual.

A rodada de assembleias do ensino federal aconteceu entre 22 e 25 de abril e debateu os pontos apresentados pelo Ministério da Inovação e da Gestão em Serviços Públicos (MGI).

De acordo com o Andes, após a negativa na primeira conversa, o Comando da Greve prepara uma nova proposta para levar ao governo federal em uma assembleia que deve acontecer até quinta-feira, 2.

Andes-SC/Divulgação

Em Brusque, na segunda-feira, 22, o IFC suspendeu todas as aulas presenciais. Os cursos com as aulas totalmente suspensas, por unanimidade, são: Ensino Médio Integrado em Química; Ensino Médio Integrado em Informática; Curso Superior de Licenciatura em Química; Curso Superior de Tecnologia em Redes de Computadores; Curso Técnico Subsequente em Cervejaria e o Mestrado Profissional em Geografia.

A decisão foi tomada após 81% dos docentes e cerca de 20% dos técnicos paralisarem os trabalhos. Assim como o aumento de aulas vagas em decorrência da greve e do não atendimento das reivindicações por parte do governo federal.

Mesmo em estado de greve, a instituição permanece aberta para a comunidade e com as atividades administrativas, porém, de forma parcial.

IFC de Brusque

A diretora do IFC de Brusque, Jéssyca Bózio Cipriano, menciona que com o número baixo de técnicos em greve, a instituição tem mantido alguns serviços essenciais.

Durante este período, o campus está operando das 7h30 às 19h30 da noite. Isso, por não haver necessidade da instituição funcionar até às 22h30, visto que as atividades letivas foram suspensas.

“O que é oficial, por hora, é que as atividades continuam suspensas e a gente já começa, internamente, a fazer alguns estudos, né? Planejamentos, fazer algumas contas para ver como vamos organizar a reposição de todo esse período. Sobretudo, no que se refere às aulas e aos conteúdos dos estudantes “, ressaltou a diretora.

Governador x Sinte

Durante a noite de domingo, o governador Jorginho Mello publicou um vídeo em suas redes sociais negando principal reivindicação da categoria, que é a descompactação da folha de pagamento. Além disso, ele anunciou que os professores que não forem trabalhar e estiverem nas paralisações, terão os salários descontados.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte) repudiou o pronunciamento do governador e alegou que o político mentiu ao mencionar que os professores do estado recebem o valor mais alto do Sul do Brasil.

Rede estadual em Brusque

O representante do Sinte de Brusque, Agenor Leal, contou que o encontro com docentes e técnicos da rede federal serviu para debater alguns assuntos em comum, como a reivindicação salarial, embora as pautas sejam diferentes. Assim como esclarecimentos jurídicos, manutenção das visitas nas escolas que não aderiram à greve entre outros assuntos.

Agenor também comentou o vídeo publicado por Jorginho Mello em tom de ameaça aos professores que estão paralisados. “É lamentável o que o governo fez. Demonstra o quanto o governo está preocupado. Ele disse que não tem greve, mas, ao mesmo tempo, em um domingo à noite, ele tirou um tempo para gravar um vídeo onde ele ameaça os professores paralisados”.

“Ao invés de chamar o Sinte para negociar, ele fez uma ameaça dizendo que vai substituir os professores grevistas. Quando sabemos que tudo isso é ilegal, que não tem como o governo contratar um professor, fazer um novo contrato em cima de outro vigente”.
Ele pontua ainda que o estado mentiu, numericamente, sobre os dados apresentados no vídeo do governador. E que uma situação de indignação foi criada entre os professores.

Ato em Florianópolis

Nesta terça-feira, 30, será realizado em Florianópolis, um ato estadual entre os professores grevistas. O sindicato diz que cerca de 78 professores, de Brusque e outras regiões do Vale do Rio Tijucas, estão mobilizados para o ato. Segundo o representante, são esperadas de 10 a 15 mil pessoas. O grupo deve sair de Brusque por volta de 12h para o ato marcado às 14h.

Ainda esta semana, na quinta-feira, 2, o Sinte de Brusque tem uma reunião marcada na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, para reavaliar a mobilização e o andamento do movimento. “Nós não vamos sair sem ter nem uma proposta por parte do governo”, completou Agenor.

Professores paralisados

Sobre o número de profissionais paralisados, o sindicalista diz que cerca de 100 professores estão em greve, em toda área de cobertura do sindicato (o que inclui outros municípios).

Entretanto, a coordenadora regional de Educação (CRE) de Brusque, Flávia d’Alonso, informa que até o momento, dos 1800 profissionais que integram a regional do CRE, há 73 professores em greve, sendo 50 profissionais em caráter temporário (ACTs) e 23 efetivos.

A escola mais afetada até o momento é o Dom João Becker, no Jardim Maluche, com 24 professores paralisados, sendo 19 ACTs e cinco efetivos.

Todas as unidades escolares seguem com as aulas, segundo a coordenadora.


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