Profissionais da organização ajudam clientes a diminuir a bagunça e manter espaços em ordem
Profissão relativamente nova no Brasil, ainda não possui regulamentação e seus principais meios de divulgação são as redes sociais
Às vezes, pode parecer difícil manter o quarto, cozinha e a casa em ordem. A bagunça é um problema para muita gente, que não tem tempo para organizar seus espaços. Isso acontece não só em residências, mas também em lojas e estabelecimentos comerciais, que podem ter seus processos dificultados pela falta de organização.
As chamadas “personal organizers”, ou simplesmente “profissionais da organização”, são as pessoas que trabalham para botar ordem nas casas e estabelecimentos, ensinam como manter a arrumação e perder menos tempo com a bagunça.
A brusquense Flávia Kuchenbecker foi a pioneira nesse ramo na cidade: ela atua como profissional de organização desde julho de 2015, quando decidiu mudar de atividade. Antes, Flávia era atleta – ela foi jogadora de vôlei por dez anos e, quando decidiu parar de jogar, viu-se sem rumo.
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“Fui numa palestra e teve uma frase que eu ouvi que me tocou muito, que dizia que ‘quando a gente é desorganizado com as nossas coisas, é por que somos desorganizados por dentro'”, relembra. Então, quando ela encontrou um curso para ser personal organizer, decidiu fazê-lo.
Essa mudança de vida aconteceu também com Roberta Tachini, que trabalhou por anos no comércio, passando pelos cargos de vendedora a gerente de loja. Quando cansou da rotina e dos horários fixos, ela decidiu assumir a “organização na veia” que sempre teve e seguir uma nova carreira e, há cerca de um ano e meio, ela trabalha como profissional de organização e é especializada em ambientes comerciais. “Eu sempre gostei, sempre fui ‘chatinha’ com organização”, conta.
Cada coisa em seu lugar
A premissa que as duas seguem é de que cada coisa deve ter seu lugar definido. É assim que conseguem ajudar os clientes a manter a organização e arrumação de suas casas ou estabelecimentos: definindo onde armazenar ou guardar cada um dos itens, etiquetando os espaços e incentivando o descarte de coisas desnecessárias.
O processo de organização, inclusive, começa pelo descarte. Antes de arrumar os ambientes, as duas fazem, junto com os clientes, a seleção do que fica e do que pode ser descartado – doado, jogado fora, enfim, que pode receber algum destino.
Em seguida, a categorização: reunir objetos iguais ou semelhantes em um único lugar. “É muito mais fácil encontrar uma pilha, por exemplo, se você guarda todas juntas, do que se tiver uma em cada cômodo da casa”, exemplifica Flávia.
Depois, vem a organização de fato, em que cada objeto é designado à um lugar, que recebe a identificação. Por último, as duas profissionais treinam os clientes e funcionários da casa ou da loja para que possam dar continuidade à organização realizada.
A bagunça é normal, porém, segundo Flávia, o importante é não deixar acumular. Roberta concorda, e afirma que as pessoas devem estar abertas a se adaptar. “Organização é só querer, tem como aprender”, completa.
Falta tempo
“Uma loja bagunçada tem um atendimento demorado. A organização ajuda a otimizar os processos e os espaços, desde o estoque até a vitrine”, explica Roberta. A organização em lojas tem como foco melhorar as vendas do estabelecimento e, por isso, ela preza também pela estética do local.
Em relação ao atendimento residencial, Flávia diz que percebe que falta tempo para as pessoas se organizarem: “Os espaços estão menores e as pessoas têm mais coisas, vivemos uma época de muito consumismo. Tem gente que perde muito tempo para encontrar algo, isso tira a produtividade”.
Para realizar seus projetos, as duas profissionais fazem uma avaliação prévia e conhecem a rotina do local e as necessidades de cada espaço. E ambas concordam que cada caso é único com suas especificidades.
Redes sociais
Os principais canais de divulgação do trabalho das duas é o Instagram – e, claro, o boca a boca. Flávia é um pouco mais adepta das redes: tem mais de 9 mil seguidores em seu perfil. “Eu nunca quis ser ‘blogueira’, mas, como posto muitas dicas, as pessoas me seguem e acabam ficando.”
Roberta optou por criar sua marca, a Bem Dita Organiza, e diz que, em Brusque, a maior divulgação ainda é a indicação entre os clientes. Ela, pessoalmente, não utiliza tanto as redes sociais, mas percebe que o Instagram é uma ótima forma para divulgar seus projetos.
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Regulamentação
A profissão delas ainda não possui regulamentação no Brasil e elas atuam como microempreendedoras individuais (MEIs). Por ser uma área relativamente nova, que começou a aparecer no país há cerca de dez anos, ainda falta esse regulamento, que é um processo lento.
“Nunca é a primeira profissão da pessoa, pelo menos por enquanto”, diz Flávia. “No meu caso foi uma escolha, mas a gente vê muitos profissionais que acabam caindo nessa área quando decidem mudar de ramo, quando têm filhos e precisam adaptar a rotina, por exemplo.”
Conheça as profissionais da organização:
Flávia Kuchenbecker
Instagram: @flaviaorganiza
Roberta Tachini
Instagram: @bemditaorganiza