Programa audiovisual é implantado na Delegacia de Brusque
A coleta dos depoimentos nas prisões em flagrante agora serão gravadas por áudio e som
A Delegacia de Polícia Civil (Dpco) de Brusque recebeu na sexta-feira, 23, a implantação do programa de audiovisual. O projeto possibilita a coleta de todos os depoimentos em regime de plantão, ou seja, prisões em flagrante, no formato de captação de imagem e som. Agora, os delegados substituirão o papel durante o interrogatório.
Uma equipe técnica da Diretoria de Inteligência de Florianópolis esteve em Brusque, juntamente com a delegada de polícia, Tatiana Klein, que está responsável de expandir o projeto no estado.
Segundo a delegada, o programa é nos mesmos moldes utilizados em audiências judiciais que acontecem em Santa Catarina. “Faremos da mesma maneira, para acelerar o tempo de lavratura do procedimento nas unidades policiais”, explica.
O sistema, que teve o projeto piloto implantado em algumas cidades no ano passado, teve aprovação e começou a ser implantado neste mês nos 14 municípios de entrância especial. A intenção é de que, em breve, o programa seja disseminado em todas as delegacias do estado.
“A vantagem desse sistema é que assim que os policiais militares ou equipes de investigação da Polícia Civil entregam situações de flagrante nas unidades que tem por atribuição recebê-las, conseguem em um menor espaço de tempo estarem liberados para outras atividades e retornarem ao serviço ostensivo”, comenta Tatiana.
Além disso, as vítimas e testemunhas também podem ser liberadas em menos tempo, e o Poder Judiciário tem acesso ao auto de prisão em flagrante tão logo que o procedimento é finalizado. O encaminhamento pode ser feito por e-mail, mas também há a possibilidade de encaminhar uma cópia do CD, se for necessário.
“Temos preocupação de melhorar a rotina de trabalho, prestar um serviço mais célere e adequado. Mas, principalmente, mais qualificado, pois a partir do momento que se encaminha um material em audiovisual, o judiciário terá contato com outras formas de comunicação, não apenas um papel com uma assinatura”, informa a delegada.
Ela ressalta que com o audiovisual, o judiciário consegue identificar a forma como o conduzido se comportou, se estava nervoso ou alterado. Também, é possível a identificação a partir da gesticulação e pelo tom de voz. Existe a possibilidade de fazer um juízo mais apurado e fidedigno.
Treinamento
Durante a sexta-feira, 23, os delegados, escrivães e agentes de polícia passaram por um treinamento e se tornaram multiplicadores do programa. Eles serão responsáveis de repassar o conhecimento para os colegas de trabalho. A equipe técnica de Florianópolis ficará no suporte.
A partir de agora, o Poder Judiciário será informado formalmente da nova rotina de trabalho, e assim que toda burocracia estiver resolvida, o delegado regional, juntamente com o delegado titular da comarca decidirão o início da utilização do sistema, o que deve ser muito em breve.
O delegado regional Francisco Ari Plantes dos Anjos conta que uma sala da delegacia foi destinada exclusivamente para abrigar o sistema. Afinal, o local que receberá as vítimas, testemunhas e conduzidos precisa ser mais reservado, pois durante o interrogatório ninguém pode ser interrompido.
Como a sala que comportará o programa é pequeno, uma reforma deverá ocorrer nos próximos dias na delegacia.
“Pretendemos ampliar o espaço, pois ele deverá ser aconchegante para receber essas pessoas. E numa mesma sala deverão ficar o delegado, escrivão e a vítima, testemunha ou conduzido, além da presença do advogado, se necessário” diz dos Anjos.