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Projeto de escola Edith Krieger Zabel cultiva hortaliças na água

Atividade envolve todos os alunos do educandário e é bem avaliado pela comunidade

A escola de Ensino Fundamental Edith Krieger Zabel, do bairro Dom Joaquim, desenvolveu um projeto para cultivar hortaliças na água. Intitulado como Aquaponia na Escola do Campo, a ação envolve todos os alunos do educandário, desde a educação Infantil até o Ensino Fundamental. As atividades começaram em agosto deste ano e já são bem avaliadas pelos alunos, professores e a comunidade.

Para realizar o projeto, toda a gestão escolar realizou diversos estudos para analisar como seria criada a estrutura. Eles já conheciam a hidroponia, técnica de cultivo de plantas em água. No entanto, a aquaponia utiliza a água com as fezes dos peixes, que é filtrada, para plantar as hortaliças.

Com isso, a escola uniu a criação de peixes com o cultivo das plantas. A diretora da escola, Elaine Petermann, explica que foi montada uma caixa d’água onde ficam três tipos de peixe, que são alimentados com ração.

“A água com as fezes do peixe passa por um tratamento para diminuir a amônia. Posteriormente, a água passa pelos canos onde estão plantados os legumes. Não existe nenhum contato com o solo, é apenas com água”, esclarece. Os peixes são cascudos, pintados e tilápias.

Pequenos tiveram contato com os peixes que habitam a caixa d’água | Foto: Divulgação

Além disso, as plantas fazem a filtragem da água, que depois cai novamente na caixa d’agua onde estão os peixes. Para plantar o alface, um agricultor da comunidade plantou as mudas e doou ao educandário. “A partir disso o crescimento é feito com a água. Entre 25 a 30 dias a alface está pronta para consumo”. A hortaliça é consumida pelos alunos da escola na merenda escolar.

O projeto iniciou neste ano, em meados de agosto. A construção começou em junho, mas as primeiras mudas foram plantadas após dois meses. Elaine diz que antes de iniciar o projeto, foi realizar uma avaliação para ter certeza que o cultivo funcionaria.

Para montar a estrutura, a escola contou com o apoio da comunidade que doou as mudas, os canos e os peixes, além do incentivo da secretaria de Educação. O restante dos materiais foi adquirido com recursos próprios da escola.

O projeto é um piloto e é considerado inovador na rede municipal de ensino. Segundo a diretora, o sistema não é caro e qualquer pessoa pode fazer em casa. “Se não quiser fazer com peixe, pode comprar os nutrientes na agropecuária, mas a nossa ideia é unir os peixes e as plantas”, enfatiza.

Início do cultivo das hortaliças | Foto: Divulgação

A escola iniciou a plantação de salsinha e morangos, que estão em fase de testes. “Colocamos cinco mudas de salsinha e outras cinco de morango para observar o crescimento. Também temos a horta no solo, então vamos testar”, explica.

A diretora diz que, posteriormente, os peixes serão trocados e os que estão hoje na caixa d’água serão preparados para consumo na merenda. “A escola já tem forno a lenha, então eles vão aprender a limpar o peixe”.

Reação da comunidade

Segundo a professora, a aquaponia está colocada em um espaço que é possível ser observado pelas pessoas que passam em frente à escola. “A ideia é que o projeto não fique ali, que seja levado para as casas das pessoas”, afirma.

A escola fica em um ambiente rural, mas a técnica da aquaponia não era conhecida pela comunidade.

Segundo a professora, as crianças ficaram na dúvida quando o projeto foi apresentado, por estarem acostumadas com o modo tradicional de plantação. “O legal que observamos é que eles falam que não dá bichinho. Eles acham interessante porque gera uma raiz enorme. Eles colheram e tiraram a raiz e observaram isso.”

Professora explica funcionamento da aquaponia aos alunos | Foto: Divulgação

“Fiquei feliz quando vi que a aquaponia estava dando certo, em um mês já estávamos colhendo o alface. Agora, será legal a gente plantar morangos”, afirma a aluna Eduarda Graf.

Suzane Becker, professora de ciências na escola, diz que o projeto é interessante pois
mostra uma forma sustentável de plantio sem agrotóxicos e que qualquer pessoa pode
ter o sistema em sua casa.

A diretora diz que o retorno é positivo tanto dos pais quanto da comunidade. “Eles falam que projeto é legal e que cresceu muito rápido. Estamos tendo um bom retorno. Todo mundo que vem aqui fica encantado”, conta.