Projeto piloto para pacientes com Aids de Brusque é reconhecido por comitê estadual
Objetivo da proposta é integrar o atendimento na rede de atenção básica
Objetivo da proposta é integrar o atendimento na rede de atenção básica
A Unidade Básica de Saúde (UBS) Santa Rita é referência estadual com o projeto piloto de descentralização do atendimento dos pacientes com Aids.
Entre os dias 3 e 4 de junho, o projeto piloto foi apresentado em Florianópolis ao Ministério da Saúde e a Coordenação da Comissão Interfederativa do estado, durante o Simpósio Desafios no controle da tuberculose e coinfecção, e foi reconhecido como pioneiro em inclusão aos portadores do HIV.
A iniciativa surgiu em 2018, após o Ministério da Saúde identificar 12 municípios catarinenses com as maiores incidências de notificações de pessoas portadoras do vírus.
Após a equipe da UBS receber a capacitação dos profissionais do Serviço de Assistência Especializada (SAE), que era o único local onde os pacientes tinham acesso para seu acompanhamento, deixando de lado as outras comorbidades, os profissionais da unidade começaram a acolher os novos casos.
Em setembro de 2018, quando do início do projeto até maio de 2019, 52 casos novos foram diagnosticados na rede de atenção básica, passando a serem atendidos de forma integral, iniciando tratamento, mantendo uma linha de cuidado. Apenas casos mais complexos são direcionados para o SAE.
A realização do teste rápido por livre demanda, ou seja, não sendo necessário agendar o procedimento, sendo feito no momento em que o morador procurar a UBS, possibilitou o diagnóstico e a prerrogativa de começar o tratamento logo após a confirmação da transmissão do HIV.
A médica venezuelana Maria Jackelin Gil Ozuna explica que o tratamento é de alto custo, mas fornecido gratuitamente pelo Ministério da Saúde, onde o paciente é acolhido e, de imediato, já começa a receber as orientações da equipe.
“Eles vem na primeira consulta, passam por uma triagem, onde são solicitados os primeiros exames. Dependendo do estado clínico, já é feita a prescrição de antirretroviral”.
A enfermeira Érica Freire, que coordena a UBS do Santa Rita, lembra que o objetivo principal é incluir o usuário na rede, buscando a não criminalização dos portadores de HIV. “Os portadores são vistos como um todo e como em alguns casos há associações de outras patologias como diabetes ou hipertensão ou, ainda, tratamento odontológico, psicológico e nutricional, toda a rede de atenção básica da UBS já está preparada e pronta para acolher quem necessitar”, destaca.