X
X

Buscar

Projeto pretende liberar terapia com animais em hospitais

Tratamento com auxílio de cães já é praticado em outros países, com resultados positivos

Projeto de lei do deputado estadual Vicente Caropreso pretende liberar a entrada de animais domésticos em hospitais de Santa Catarina. A ideia por trás da proposta é a promoção da Terapia Assistida de Animais (TAA) – que é o tratamento de alguns doentes com a ajuda dos animais.

O projeto do deputado, que também é neurologista, prevê, contudo, pré-condições para o ingresso dos animais. Não é qualquer um que poderá entrar na casa de saúde, terá de ser de estimação, dócil e que respeite as normas sanitárias. Ele também deverá ser transportado numa caixa específica para este fim. A proposta ressalva que os bichos não serão aceitos em setores de queimados, UTI e algumas outras áreas restritas.

Caropreso justifica no projeto de lei que a TAA proporciona melhoras aos pacientes, e já é praticada em vários países, como os Estados Unidos.

O projeto de lei chegou à Assembleia Legislativa no dia 12 de novembro de 2015. Ele já recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça e aguarda análise da Comissão de Finanças e Tributação. Só então poderá seguir para o plenário, para votação, e, posteriormente, para a sanção do governador.

Terapia é benéfica

O psicólogo Antonio Clóvis Gartner, mestre em Educação, afirma que o tratamento assistido com os animais já foi estudado em diversas regiões do mundo e apresentou resultados positivos. Ele é eficaz, sobretudo, em pacientes mais vulneráveis e com depressão.

“A pessoa que está muito carente tem o animal como uma companhia”, afirma Gartner, que também é professor da Univali. Ele diz que a presença do animal traz carinho e conforto aos acamados, que já sofrem com a doença e com a dor dos outros pacientes ao seu redor.

O administrador do Hospital Azambuja, Fabiano Amorim, também a favor deste tratamento, desde que respeite as normas sanitárias. Ele afirma que antes de o projeto entrar em vigor ele deverá passar pelo Conselho Regional de Medicina e outros órgãos para avaliação.

Isto porque o hospital é um ambiente contaminado, que pode fazer mal ao animal. Em contrapartida, os animais podem infectar o hospital e transportar vírus. A responsável pelo setor de Controle de Infecções do Hospital e Maternidade de Brusque (HEM), Alicia Stafani, diz que é preciso avaliar bem a proposta, uma vez que acarreta uma série de adaptações.

Alicia explica que os animais usados neste tratamento não são os dos pacientes, mas sim outros, vacinados. No entanto, o projeto prevê que os animais domésticos poderão entrar no estabelecimento, diferentemente de como acontece em hospitais de referência, como o Albert Einstein, em São Paulo (SP), onde os cães são mantidos especificamente para este fim.