Projeto que prevê orçamento impositivo em Brusque perde adesão de vereadores
O projeto de lei que passou a tramitar na Câmara de Brusque na semana passada, o qual trata da possibilidade dos vereadores indicarem emendas impositivas no orçamento da prefeitura, já começa a enfrentar resistência.
Nesta semana, dois vereadores se manifestaram publicamente contra a proposta, inclusive um deles havia sido indicado como co-autor do projeto.
A primeira manifestação foi de Andre Vechi (DC). Em uma publicação em rede social, ele afirmou que votará contra o projeto porque “o papel do vereador é de fiscalizar, legislar, julgar e representar. Quem executa é o prefeito, por isso se chama poder Executivo. Além disso, essas emendas podem criar uma espécie de clientelismo, quando o vereador repassar recursos para uma entidade, ou obra em um bairro, em troca de apoio político nas próximas eleições”, justificou.
O vereador Rick Zanatta (Patriota), que havia indicado apoio ao projeto de lei, disse em vídeo divulgado em suas redes sociais que mudou de ideia.
Ele afirma que, inicialmente, pensou no potencial benéfico da proposta, no sentido de servir de apoio financeiro a entidades que prestam assistencialismo no município. Porém, afirma que foi convencido por pessoas da comunidade e de seu partido a não mais endossar o orçamento impositivo municipal.
O parlamentar afirmou, ainda, que ainda não consegue “acreditar na boa intenção de todas as pessoas que estão envolvidas na política”. “Aprovando um projeto desses, a gente pode abrir brecha para uma possível ferramenta de corrupção e compra de votos numa campanha futura”, justificou.
Em todo caso, a proposta está apenas em fase inicial de tramitação, e sua aprovação ainda é uma incógnita. Conforme apurado nos bastidores, é possível que haja mais mudanças de posicionamento semelhantes a de Rick Zanatta nesta semana.