Projeto que traz vôlei adaptado para a terceira idade cesce em Brusque
Arena Brusque é o palco para o grupo, que conta com cerca de 50 pessoas
O projeto de vôlei adaptado para a terceira idade já é um sucesso em Brusque. Todas as segundas e quartas-feiras, a Arena Brusque é o palco para os experientes atletas. O grupo, que conta com cerca de 50 pessoas, não só treina e melhora sua qualidade de vida, mas também participa de competições com outros municípios da região que realizam o mesmo trabalho.
As aulas de vôlei adaptado, que são gratuitas e oferecidas pela Fundação Municipal de Esportes (FME), contam com um instrutor. Edson Garcia já se dedica ao projeto há três anos. “Foram eles que trouxeram a ideia para cá. Antes este grupo realizava as aulas em outro local, onde havia cobrança, e por isso trouxeram a proposta para a FME, que aceitou e passou a realizar gratuitamente”, explica.
Para participar, é preciso ter 50 anos ou mais e comparecer às aulas, realizadas toda segunda e quarta a partir das 8h30.
Atletas e amigos
Uma das pessoas mais ativas dentro do projeto é Antônio Marcelino Pereira, de 63 anos. Agora aposentado, Pereira já trabalhou como professor, funcionário de banco, responsável por transportadora e, por último, gerenciou um café colonial. “É mais fácil dizer o que eu não fiz nessa vida”, brinca.
Como confessa, Pereira não era muito de práticas esportivas. “Sempre fui muito indisciplinado pra academia, mas senti que precisava realizar uma atividade física. Foi aí que encontrei o projeto, que pra mim é ótimo e só me traz coisas boas”, explica.
O clima de amizade e cordialidade se espalhou pelos integrantes e também pelo instrutor. Segundo Garcia, a oportunidade de conhecer mais sobre os atletas que têm muito a contribuir é positiva. “Cada ano que passa o laço de amizade entre eu e eles aumenta. Todo dia é um aprendizado novo. A experiência que eles têm e a vivência depois de tudo que já passaram acabam sendo um aprendizado pra mim”, afirma.
Para o instrutor, o clima é de família. Ele revela que, muitas vezes, algumas pessoas se sentem diminuídas por não conseguirem realizar movimentos e pensam em desistir, mas os demais membros do grupo não deixam isso acontecer. “Eles conversam e estimulam para que eles tentem outra vez”, explica.
“Cada ano que passa o laço de amizade entre eu e eles aumenta. A experiência que eles têm e a vivência depois de tudo que já passaram acabam sendo um aprendizado pra mim” – Edson Garcia, instrutor do vôlei adaptado em Brusque
Evolução do grupo
Se no começo a ideia era apenas reunir um grupo de amigos para a prática do vôlei, agora o projeto expandiu. Os atletas participam de competições, como a realizada no último fim de semana em Navegantes. Os brusquenses conseguiram ficar nas primeiras posições.
Com a ampla participação, contando com atletas entre 50 e 80 anos, foram divididas categorias. A Máster tem atletas de 50 a 60 anos, a Sênior de 60 a 70 e a Biso de 70 para cima. Para ampliar o projeto, foi criada uma associação, já registrada, que irá atrás de recursos. Nesta semana, o grupo já escolheu também os uniformes que serão confeccionados em breve – eles vêm utilizando uniformes da Abel.
O vôlei adaptado
A principal regra do vôlei adaptado para a terceira idade é a possibilidade de segurar a bola. Depois do saque, o receptor pode agarrar e iniciar a jogada para sua equipe. Outra diferença é que no adaptado, se uma pessoa perder o equilíbrio com a bola nas mãos, ela pode dar passos até conseguir se firmar e seguir a jogada.
Depois de feito o saque, a equipe que está recebendo a bola não pode jogar de volta de primeira. É preciso que ela passe por pelo menos duas pessoas. A única exceção a essa regra é se alguém sacar por cima (o tapa com a mão aberta). Neste caso o time adversário pode devolver de primeira.