Bruno da Silva

Projeto Respira busca trazer pausa no dia a dia corrido do brusquense; conheça a iniciativa

Democratizar a arte na cidade é um dos objetivos da obra da artista plástica Graci Gavioli

A Fundação Cultural de Brusque lançou nesta terça-feira, 28, o projeto Respira, da artista plástica Graci Gavioli, apoiado pelo Fundo Municipal de Cultura. A iniciativa envolve trabalhos de artes visuais.

Graci desenvolveu uma pintura em um muro na Avenida Otto Renaux, além de um catálogo fotográfico. Também foi desenvolvido um documentário por Juan Domingues, sobre o processo criativo e produção da obra.

“O desenvolvimento do projeto veio através do edital de 2019 da Fundação Cultural, do Fundo Municipal de Cultura, que é uma verba disponibilizada para a cultura local. O desenvolvimento do projeto veio através do fundo, que foi a viabilização financeira e a vontade foi de criar algo urbano que tivesse no alcance de quem passasse ali e da população de Brusque. O Fundo Municipal acreditou neste trabalho, acreditou que a simplicidade poderia ir para a rua”, explica.

A artista plástica diz que a inspiração para o projeto veio após um tempo em que ela parou o processo criativo depois de se tornar mãe.

“Estava trabalhando na área da beleza, uma área que eu amo muito. Depois que me tornei mãe, sete anos atrás, dei um tempo no trabalho criativo, conceitual e autoral. Passado esse tempo, comecei a ter ideias e a tentar fomentar algo que juntasse esse meu momento de vida de pausa, com uma pesquisa individual que tenho para minha vida sobre minimalismo, e minha vivência nisso”, conta.

A intenção era de transportar o minimalismo em uma maneira grandiosa, que fosse absorvido e estivesse visível para muitas pessoas. Graci quer causar uma reflexão em quem visualiza o mural.

“Trazer a pausa no dia a dia corrido, em uma rua super movimentada, no seu dia atribulado. As infinitas mensagens que estou recebendo de pessoas que eu conheço e não conheço, me dizendo que parou, que respirou, que se permitiu vivenciar aquela arte. Não é apenas uma palavra, é um sentimento que eu quero que as pessoas sintam. É um momento que eu quero que as pessoas tenham. Uma respiração que às vezes elas não estão lembrando”, diz.

Na volta às aulas, o catálogo fotográfico será distribuído nas escolas de Brusque. Dentro do catálogo, há um manual de como desenvolver e viabilizar um mural, com palavras sugeridas. Isto está dentro da metaperformance do projeto, de se apropriar deste trabalho para desenvolver outros.

Graci acredita que a obra também é relevante para aproximar a população e democratizar a arte na cidade.

“A palavra em si é muito simples, esteticamente o mural é muito simples, mas o significado profundo da respiração é praticamente o início e o fim de qualquer vida. A democratização da arte no sentido de trazê-la para a rua vem da mesma forma que a respiração: qualquer ser humano respira. Então, esse desprendimento dos preconceitos, dos rótulos, é tão importante quanto respirar no atual momento do Brasil, que está muito difícil para as artes”, acrescenta.