Projetos de Brusque se destacam em programa estadual de inovação e tecnologia
Dos 11 projetos aprovados, apenas um não teve continuidade
Projetos brusquenses se destacaram na primeira edição do Projeto Nascer, que ajuda pessoas a transformarem ideias em negócios dentro da pré-incubadora Cocreation Lab. A Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), vinculada à Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE), tem apoio do Sebrae no incentivo ao desenvolvimento dos projetos em 15 polos de inovação em Santa Catarina.
O professor de design da UFSC e fundador do Cocreation Lab, Luiz Salomão Ribas Gomez, esteve em Brusque para uma visita periódica aos polos de inovação e avaliou como surpreendente o desenvolvimento dos projetos na cidade, mesmo com as dificuldades da pandemia.
Enquanto o Centro de Inovação de Brusque não fica pronto, o polo na cidade é a Unifebe. No total, 11 projetos brusquenses foram selecionados para o programa, dez continuam no processo. No estado, a expectativa da organização do projeto espera uma desistência de 30%, mas somente 12% não deram continuidade aqui no município.
“Nosso objetivo é que eles consigam melhorar os seus projetos, e isso está acontecendo com ótima qualidade aqui em Brusque. Os dez estão cumprindo todas as atividades e transformando suas ideias em negócios. Alguns deles, inclusive, usaram da pandemia como oportunidade de negócio, abriram suas empresas já e estão tendo sucesso nas suas empreitadas. São projetos de altíssima qualidade e, apesar de ainda com baixa maturidade, com muito empenho e dedicação dos participantes. Temos tido resultados muito positivos aqui”, afirma.
Gomez explica que todo o planejamento de workshops e palestras teve que ser alterado por causa da pandemia. A expectativa inicial era de que os encontros acontecessem através de uma metodologia híbrida, com encontros presenciais e utilização de uma plataforma digital, que acabou sendo bem mais utilizada do que a previsão inicial. Em vez dos 15 vídeos que foram previstos inicialmente, 78 estão disponíveis a qualquer momento para os participantes do programa, chamados de cocreators.
“Os encontros presenciais tiveram que parar de existir, mas criamos uma agenda de encontros digitais entre os grupos, o que facilitou, porque a gente conseguiu aproximar os cocreators de vários lugares do estado. Esse lado do digital ajudou a fortalecer e convencê-los a permanecer o projeto”.
Fundado por Gomez, o Cocreation Lab está associado aos Centros de Inovação de todo o estado e viabiliza a plataforma do Programa Nascer. O professor destaca que a pandemia obrigou os cocreators a se adaptarem, e o resultado foi ótimo.
“Um dos projetos, da Barbearia para todos, que ia demorar para girar, já está girando. O cocreator está indo de casa em casa, ele já deixou seu emprego anterior para tocar sua barbearia. Com a pandemia, o projeto dele voou”, conta.
Inscrições abertas para a segunda edição
Os trabalhos com os participantes da primeira edição do programa vão até meados de outubro, mas a inscrição para segunda já está aberta e vai até o dia 20 de julho, que deve ser feita no site da Fapesc.
“A primeira edição foi um sucesso, melhor do que esperava. A principal diferença para a segunda etapa é que vamos fortalecer o digital. Contratamos equipe para um atendimento mais personalizado, melhoramos nossa plataforma, adquirimos equipamentos e softwares para facilitar o processo. Vai ser mais digital, mas não quer perder o presencial. A gente precisa ir para o Centro de Inovação com a pré-incubação, para que as pessoas saiam mais prontas”.
A expectativa de Gomez é de que existam mais inscritos, destaca que a Unifebe está aberta para desenvolver os projetos e ajudar na inscrição. Não é necessário ser estudante para participar do Programa Nascer. A única exigência é ter mais de 18 anos.
Após o fim do programa, a expectativa é que os cocreators levem seus projetos para alguma incubadora ou tenham condições de abrir sua própria empresa, com a chancela de ter passado pelo programa.
“Com a ideia no papel, eles vão estar com projeto estruturado para buscar incubadoras da região e investidores. Eles já passaram por um programa que deu qualidade para eles. O próximo passo é a incubação ou, no melhor dos casos, ir para o mercado”.