Projetos sociais realizados com moradores de rua de Brusque são apresentados
Encontro aconteceu na manhã desta quarta-feira, 12, e reuniu representantes de vários setores
Quatro entidades sem fins lucrativos que realizam trabalho com moradores de rua de Brusque apresentaram na manhã de ontem, durante assembleia do Grupo de Proteção da Infância e Adolescência (Grupia), as atividades prestadas às pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social.
O evento aconteceu na sala de reuniões da Associação Empresarial de Brusque (Acibr) e reuniu representantes da população de rua, líderes religiosos, sociedade civil organizada e poder público municipal.
Entre os projetos apresentados pelas entidades está o “Amigos de Rua”, realizado pelo Ministério Vem, com a administração de dois pastores. Por meio do trabalho voluntário, moradores de rua recebem refeições e banhos diários em uma casa alugada no bairro São Luiz.
Com abordagens sociais nas ruas em todas as noites de segunda-feira, o projeto “Vida” também é realizado por voluntários. Além de ensinamentos bíblicos, são levados alimentos e itens básicos de higiene aos moradores, e se for de interesse deles, são encaminhados a um atendimento individual realizado em parceria com a Fazenda Canaã.
Essa entidade, por sua vez, faz internações e trabalha na reinserção social de pessoas que possuem algum tipo de vício, seja de drogas ou bebidas alcoólicas. A Fazenda ainda realiza atendimento comunitário espiritual in loco, abordagens de prevenção em escolas e acolhimento em unidades prisionais.
Por fim, o Ministério TMAPP – Terremoto Move Alicerces, Portas e Prisões -, falou sobre o serviço prestado em uma casa no bairro Primeiro de Maio, em que é utilizada como metodologia a palavra de Deus.
Todos as quatro entidades já atenderam e/ou atendem uma média de 20 moradores de rua. Todas são financiadas com recursos próprios e com apoio de simpatizantes da causa.
Também participaram representantes do Movimento População de Rua de Florianópolis e de Brusque. O presidente da entidade da capital catarinense, Daniel Paz, diz que hoje não há políticas públicas para os moradores de rua e que o movimento busca dar dignidade e autonomia a esse público, que ele considera que vive na “marginalização e invisibilidade”. Ele sugere que seja realizada uma audiência pública para discutir políticas intersetoriais. “Não podemos salvar todo mundo, mas quem quiser se salvar, pode se salvar”.
Parceria indispensável
A secretária de Assistência Social e Habitação de Brusque, Mariana Martins da Silva, afirma que os moradores de rua são uma preocupação antiga do município. Ela diz que um diagnóstico realizado pela pasta apontou que a principal reivindicação destas pessoas era um albergue – espaço esse que tem atendido há cerca de 15 dias alguns moradores na Arena Brusque. O atendimento é feito das 19h às 7h, onde eles recebem alimentação, banho e abrigo para dormir.
Mariana ainda diz que a secretaria realizou inscrição no Ministério de Desenvolvimento Social para credenciamento do Centro POP – Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua. O valor estimando para implantação do programa é de cerca de R$ 500 mil. “Sabemos da importância das parcerias com as entidades e classe empresarial. Estamos avançando a passos pequenos e entendemos a nossa responsabilidade”.
O vice-prefeito de Brusque, Ari Vechi, reforça que a parceria entre as entidades terapêuticas, empresários e o poder público é indispensável para se obter bons resultados. Ele avalia que as instituições realizam um trabalho expressivo no município.