Proposta de Plano de mobilidade sugere implantação de VLT e transporte hidroviário em Brusque
Comissão apresentou sugestões cenários e metas para a mobilidade do município semana passada
Na semana passada, foi cumprida mais uma etapa da elaboração do Plano de Mobilidade Urbana de Brusque. O evento aconteceu no Centro Universitário de Brusque (Unifebe) e apresentou à população algumas propostas, cenários e metas para a mobilidade do município.
A confecção do plano municipal é uma exigência do governo federal para as prefeituras. O projeto é desenvolvido pela Unifebe desde setembro do ano passado, após convênio com a prefeitura.
A equipe é formada por sete professores de diferentes áreas do conhecimento. Além disso, devido a uma parceria da prefeitura com o Distrito de Karlsruhe, na Alemanha, o grupo recebe consultorias do professor Christoph Hupfer, que coordena o curso de Gestão de Sistemas de Tráfego da Universidade de Ciências Aplicadas de Karlsruhe.
A professora Patrícia Kuwer, presidente da Comissão para o Desenvolvimento do Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Brusque, explica que o processo de elaboração das propostas e metas apresentadas foi feito com base no diagnóstico sobre a mobilidade do município realizado pela comissão.
Desde o ano passado, o grupo realizou pesquisas com o objetivo de conhecer a fundo a realidade da cidade quando o assunto é mobilidade. Também foram realizadas diversas oficinas comunitárias em vários bairros da cidade, em que os membros da comissão puderam ouvir as sugestões da população.
Com base em todos os dados e estatísticas levantadas nos últimos meses, a comissão chegou a algumas propostas que considera importantes para melhorar a mobilidade do município, integrando pedestres, ciclistas, transporte coletivo e individual, além de ideias para a redução de acidentes e campanhas de educação no trânsito.
“Analisamos várias propostas no intuito de melhorar as condições de deslocamento (fluxos na cidade) e de criar mais infraestrutura e segurança para os modais mais sustentáveis, como melhorar as condições de caminhabilidade e das vias cicláveis, além de melhor infraestrutura e nível de serviço para o transporte público”, diz.
De acordo com ela, a intenção é que o Plano de Mobilidade seja concluído ainda neste ano.
As propostas
O Município teve acesso ao material apresentado na semana passada e traz algumas das propostas sugeridas pelo grupo para integrar o Plano de Mobilidade de Brusque.
É importante lembrar que são somente sugestões e que o plano ainda terá uma audiência pública final na Câmara de Vereadores.
A aplicação das propostas ficará sob responsabilidade da prefeitura, que pode implantar as diretrizes de acordo com suas metas de governo. Conheça algumas.
Pedestres
Para os pedestres, o plano tem como objetivo qualificar as calçadas, incentivar os deslocamentos a pé, garantir a segurança dos pedestres nos cruzamentos, além de aprimorar a informação e a sinalização.
Entre as propostas sugeridas pelo grupo está a padronização adequada das calçadas, com legislação e projeto sobre o tema, além da criação do selo “Calçada Amiga”.
O grupo propõe ainda ruas arborizadas, implementação e regularização do uso de vagas-vivas, ou seja, áreas que antes eram destinadas a carros transformadas em espaços de convivência.
Outra sugestão é implementar vias preferenciais para pedestres na avenida Cônsul Carlos Renaux e entorno; no cruzamento das ruas Florianópolis e Santa Cruz, no bairro Águas Claras; nas imediações do Hospital Azambuja, da Escola Feliciano Pires, do pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof, da FIP, do Stop Shop e também do terminal urbano, áreas consideradas de tráfego lento.
Ciclistas
O plano de mobilidade prevê tornar o sistema de transporte por bicicletas mais atrativo e seguro, além de garantir a qualidade da infraestrutura das ciclovias e ciclofaixas.
Entre as propostas apresentadas está a possibilidade de transporte de bicicletas nos veículos do transporte público coletivo; considerar nos projetos viários o emprego de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas; definir a rede cicloviária para Brusque; implantação de bicicletário com proteção; ampliação do sistema de compartilhamento de bicicletas na cidade; exigência para que médios e grandes empreendimentos possuam vestiários e vagas de bicicletas com paraciclos.
Foi apresentado um mapa com a rede cicloviária proposta para o município. A ideia é que com o tempo, Brusque tenha mais de 100 quilômetros de vias cicláveis.
Além disso, o plano de mobilidade também destaca a importância do sistema de aluguel e compartilhamento de bicicletas.
Transporte coletivo
O plano de mobilidade visa ampliar a atratividade do sistema de transporte público coletivo e a satisfação do usuário. Entre os objetivos está a implantação do uso de corredores estruturantes, como corredores exclusivos ou preferenciais de ônibus; redução do custo operacional do sistema através de ações de eficiência e de financiamento para a modicidade da tarifa.
O plano também pretende garantir a acessibilidade aos pontos de embarque e desembarque do sistema de transporte coletivo.
Uma série de propostas foi elencada para contribuir com a melhoria do transporte público na cidade. Entre as principais estão a qualificação do transporte público por ônibus (linhas, itinerário, frequência e frota); elevar o número de veículos com entrada baixa e/ou plataforma elevatória; tornar a recarga do cartão magnético individual mais prática e implantação de transporte público com micro-ônibus no Centro.
Outra sugestão do plano de mobilidade é a implantação do sistema de transporte público hidroviário. O estudo prevê sete estações de embarque e desembarque, com duas embarcações fazendo rotas em 18 minutos, com frequência de três viagens por hora, totalizando 72 viagens por dia. As embarcações teriam capacidade para 55 pessoas.
A comissão também propõe a implantação do veículo leve sobre trilhos (VLT) em Brusque. A sugestão é que a primeira linha a ser considerada seja a conexão entre os bairros Santa Terezinha e Águas Claras, em um percurso de 13,5 km.
Transporte individual
Para carros e motos, o objetivo é diminuir o índice de deslocamentos, melhorar a fluidez do trânsito, reduzir a atratividade dos deslocamentos rotineiros realizados através de carros e motos , além de utilizar mecanismos de regulação para incentivar a mobilidade sustentável.
As principais propostas são a qualificação de vias e ampliação da possibilidade de ligação dos bairros aos centros; viabilização de consultas em tempo real de rotas e estacionamentos por meio de aplicativo; revisão e incrementação da gestão de estacionamentos em áreas públicas (rotativo) e privadas; além da revisão do cálculo da oferta de vagas de estacionamento em empreendimentos comerciais, de serviço e industriais. Há também a proposta de restrição de veículos na área central de Brusque.