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Proposta por bens da fábrica Renaux aumenta em R$ 10 milhões

Juíza considerou oferta de R$ 25 milhões muito baixa, face a avaliação dos bens ter alcançado R$ 70 milhões

A juíza da Vara Comercial de Brusque, Clarice Ana Lanzarini, solicitou que fosse melhorada a proposta apresentada pelos bens da Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, falida desde 2013.

A magistrada considerou insuficiente a proposta de R$ 25 milhões apresentada na semana passada pela empresa Nobre Administradora de Bens, do empresário Newton Patrício Crespi, o Cisso, que é proprietário da FIP, entre outras empresas.

A nova proposta não demorou a ser apresentada. Na tarde desta terça-feira, 19, ela já estava no cartório da Vara Comercial. Agora, será concedido um prazo de cinco dias para que o administrador judicial, os credores e o Ministério Público se manifestem sobre o novo valor.

O jornal O Município apurou que a nova proposta atende o que determinou a juíza, um valor mínimo de 50% da avaliação dos bens, ou seja, R$ 35 milhões – R$ 10 milhões a mais do que a oferta inicial.

Contudo, o empresário preferiu não se manifestar sobre o assunto neste momento, e diz que o caso está sendo analisado pelo departamento jurídico da empresa.

Além disso, também foi aberta a oportunidade, em um prazo de até 24 horas, para que outras propostas apresentadas por terceiros cheguem ao Judiciário, desde que “revelem vantagem aos credores da massa falida”. Caso isso aconteça, a juíza informa que será aberto um novo procedimento de venda direta.

Apesar do valor de R$ 25 milhões ter sido colocado como mínimo no procedimento de venda, a magistrada considerou a oferta “vil”.

“Em que pese tenha constado o referido valor como ponto de partida para recebimento das propostas de compra, este não vincula à aprovação daquela apresentada”, escreveu a juíza.

Segundo ela, no despacho que autorizou a venda direta dos bens foi estipulado que as propostas apresentadas seriam “ponderadas por este juízo, credores, administrador judicial e Ministério Público, acerca de sua pertinência”.

“Dito isto, considerando os termos apresentados, observo que o valor configura preço vil, eis que representa pouco mais de 30% do valor da avaliação, além de comportar extenso parcelamento”, diz a magistrada.

Os bens que estão em disputar comportam todo o patrimônio imobiliário da Renaux, incluindo a sede da fábrica, na avenida Primeiro de Maio, e terrenos em Blumenau, Itajaí e Balneário Camboriú.

Também inclui máquinas, móveis e equipamentos eletrônicos, além da histórica residência conhecida como Villa Ida. Segundo Cisso, os planos com aquisição do local incluem a preservação da casa, assim como das demais instalações da fábrica.